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BCE Acalma Investidores sobre Compra de Títulos; Atenções Agora Estão no Fed

Publicado 15.06.2021, 08:03
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Publicado originalmente em inglês em 15/06/2021

A Grécia entrou para o clube de países da zona do euro com juros negativos para seus títulos públicos, após seus papéis com vencimento em cinco anos ficarem abaixo de zero na segunda-feira.

Esse clube já não é tão exclusivo, já que a Itália agora é o único país da zona do euro com juros positivos em seus títulos de cinco anos.

O compromisso do Banco Central Europeu (BCE) na semana passada, de manter o ritmo elevado de compras de títulos, sem dúvida incentivou os investidores a comprar os papéis gregos. O BCE dissipou temores de que uma incipiente recuperação econômica pudesse fazê-lo recuar em seu programa de compras emergenciais de títulos na ordem de 1,85 trilhão de euros.

O movimento nos juros da Grécia ocorreu no momento em que a União Europeia inicia a venda do seu primeiro título do plano de retomada econômica do bloco, que prevê a emissão de até 800 bilhões de euros até 2026 para respaldar a concessão de créditos e subsídios destinados à recuperação dos países membros impactados pela pandemia de Covid-19.

A expectativa é que o título de 10 anos arrecade 10 bilhões de euros e tenha um rendimento de 0,1%, de acordo com cálculos da Reuters. Essa emissão inicial ocorre na esteira dos 90 bilhões em títulos da UE para financiar o programa SURE de auxílio-desemprego.

Como a UE está em vias de emitir 80 bilhões em dívidas de longo prazo para o programa de recuperação neste ano, as novas emissões aumentarão a liquidez do mercado, já que os investidores esperam que ela se torne uma tomadora regular de empréstimos.

Em sua reunião de política monetária na semana passada, o conselho dirigente do BCE declarou que manteria suas compras de títulos, incluindo títulos corporativos e soberanos, no valor de 80 bilhões ao mês.

Na segunda-feira, Isabel Schnabel, membro do conselho executivo, sugeriu que o banco central devesse priorizar os títulos verdes em suas aquisições. Não basta excluir empresas com níveis elevados de emissões para motivá-las a reduzi-las e manter, ao mesmo tempo, uma política de neutralidade de mercado. As empresas que contribuem com a mudança climática estão super-representadas no mercado de títulos, pois têm uma necessidade maior de capital.

Os comentários de Schnabel se ajustam bem à estratégia geral do BCE de usar seus recursos para combater a mudança climática.

Nos EUA, os juros da nota referencial de 10 anos do Tesouro subiram para cerca de 1,5% na segunda-feira, após caírem para 1,43% na sexta, com os investidores se posicionando para a reunião de política monetária do Federal Reserve nesta semana.

A expectativa é que as autoridades do Fed mantenham sua política extremamente acomodatícia, mas os investidores ficarão de olho nas previsões econômicas de cada membro do Comitê Federal de Mercado Aberto em busca de sinais de alta da inflação e aumento precoce de juros. O último conjunto de dados econômicos, em março, indicou que a taxa referencial de juros do Fed continuaria perto de zero até 2023.

Os economistas estão divididos em suas opiniões sobre a inflação. Muitos concordam com o Fed que as atuais elevações na inflação – o último índice de preços ao consumidor mostrou uma alta de 5% ano a ano – são transitórias, por causa dos preços deprimidos no ano passado e da escassez temporária no início da Covid-19. Outros, no entanto, veem a inflação mais alta como uma tendência duradoura, com implicações nas taxas de juros.

De qualquer forma, o presidente do Fed, Jerome Powell, terá que ser extremamente cauteloso no que dirá durante a coletiva de imprensa na quarta-feira, a fim de evitar alarmar investidores receosos de que o Fed esteja considerando reduzir o ritmo de aquisição de títulos no futuro próximo.

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