Banco do Brasil (SA:BBAS3), conforme falei no meu artigo da semana passada sobre os principais bancos privados do Brasil (Itaú (SA:ITUB4), Bradesco (SA:BBDC4) e Santander (SA:SANB11)), é um caso à parte e merece um artigo especialmente para falarmos dele.
E aqui está.
Em linha com os demais bancos, o resultado do BB foi impactado pela Covid-19 e caiu 30% em relação a 2020. Um dos principais pontos a considerar aqui, além da óbvia queda nas receitas foi o aumento de 47% nas provisões para perdas.
A carteira de crédito aumentou em linha com os demais bancos também.
A grande diferença que vejo em BBAS3 é o papel maior em agro que este banco tem em relação aos demais. Aqui, inclusive, vejo um ponto de vantagem para BBAS3.
A questão da inadimplência, a meu ver em todos os casos de bancos, vai ser difícil medir agora. Os números estão distorcidos por diversas iniciativas de renegociação de débitos com clientes, onde os prazos foram alongados. A conferir 2021...
Porém mesmo com este ponto de risco, vemos BB em condições de passar mais esta fase da turbulência. O banco segue muito bem estruturado em termos de capital e margens.
Um ponto negativo que o difere em relação aos demais é o risco político.
Por ser um banco público, está sujeito a interferências do governo federal. E isto, como foi visto há um tempo atrás, mexeu no preço do ativo quando surgiu a notícia de uma possível demissão de seu presidente pelo fato de um enxugamento no número de agências físicas...
Não farei aqui juízo de valor político tanto para um lado, quanto para outro: se o banco não for privatizado, este será um risco permanente no ativo.
Até por isso, o ativo segue descontado em seu valor – fechou hoje a 33,75 – em relação aos seus pares privados. Um valor atrativo para entrada, algo raro na bolsa de hoje.
Neste valor, o ativo tem só de pagamento de dividendos, um yield de cerca de 5,6%.
Dessa forma, mesmo com os desafios que o banco deve seguir enfrentando em 2021 (graficamente existem espaços para correções de curto/médio prazo) e contando o risco político, não consigo ver algo que desqualifique o investimento em BBAS3.
Vejo como uma excelente alternativa para carrego de longo prazo, com foco em geração de valor.
E, quem sabe um dia, privatizado!
Sonhar não custa nada!