É inegável que um dos principais drivers da semana para os agentes de mercado foi a reunião do comitê de política monetária, o Copom, que definiu a nova taxa básica de juros, a Selic, em 2,75% ao ano. Apesar da alta de 0,75% ter surpreendido algumas pessoas, já era algo esperado e até mesmo necessário por conta da inflação no Brasil, que poderia romper os 7% em 2022.
Na verdade, existiram diversas razões pelas quais o Banco Central reajustou a taxa nessa proporção. Porém, o fator mais importante, sem dúvidas, foi a necessidade de controlar o câmbio. Somente em 2020 vimos o dólar sair de R$4 para R$5,20, um aumento de mais de 30%.
Vale ressaltar, no entanto, que apesar do reajuste, o risco cambial ainda permanece. Motivo pelo qual o agente monetário ressaltou que é preciso retomar a agenda de reformas e o ajuste fiscal. De acordo com o comunicado do BC, essas são condições fundamentais para ancorarmos as expectativas de inflação.
Além disso, deixou aberta a possibilidade de novo aumento da mesma magnitude na próxima reunião, daqui a 45 dias.
Tudo bem, Rebeca, mas o que vai acontecer com os nossos investimentos?
Em primeiro lugar, vale ressaltar que algumas reformas já estão em tramitação e que, em conjunto com a PEC Emergencial e política fiscal adequada, as condições para a economia brasileira podem melhorar de forma significativa.
De fato, o dólar deve sofrer alguma depreciação ante o real no curto prazo. Alguns analistas projetam a moeda americana entre R$5,20 e R$4,80 até o início de 2022.
No caso da bolsa de valores, há uma certa precaução. Isto por conta dos títulos do governo brasileiro. Com taxas melhores, a tendência é que investidores estrangeiros olhem mais para os papéis atrelados à Selic, retirando recursos do mercado de ações.
Diante deste cenário, é preciso que o investidor, mesmo o de longo prazo, olhe e faça um rebalanceamento da carteira caso seja preciso.
Mesmo os grandes gestores promovem mudanças de estratégia de acordo com o cenário econômico. Pense nisso.