O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no final de março os números da Pesquisa Trimestral do Leite. Os dados são referentes ao fechamento de 2013.
A pesquisa trouxe o volume de leite captado e industrializado pelos estabelecimentos com inspeção municipal, estadual e/ou federal.
O volume de leite adquirido no último trimestre do ano passado foi de 6,54 bilhões de litros, 12,9% maior frente ao mesmo período de 2012.
O aumento da produção está associado à alta do preço do leite ao produtor e aos investimentos em alimentação a partir do final do primeiro semestre.
Em 2013, o volume de leite adquirido foi de 23,55 bilhões de litros, um incremento de 5,4% na comparação com os 22,34 bilhões de litros captados em 2012.
Em 2013 foi a captação caiu apenas no primeiro trimestre, em relação a 2012, sendo este recuo de 1,3%. Veja a figura 1.
Esta menor disponibilidade de leite no mercado interno nos primeiros meses de 2013 deu sustentação às cotações e se refletiu em forte alta do preço do leite ao produtor ao longo do ano passado.
Em 2014, o clima quente e seco em janeiro e fevereiro prejudicou a produção em importantes bacias leiteiras. O pico de produção foi registrado em dezembro de 2013.
Como consequência, o mercado firmou e os preços ao produtor subiram no pagamento de março.
Queda da produção e reação do consumo repercutem em alta do preço do leite ao produtor
No pagamento de março, referente ao leite entregue em fevereiro, o preço do leite pago ao produtor subiu pondo fim o movimento de baixa que perdurava desde outubro do ano passado.
Considerando a média nacional ponderada nos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria, o produtor recebeu, em média, R$0,956 por litro de leite, alta de 2,2% em relação a fevereiro.
Este cenário reflete a queda no volume captado e que foi agravado pelo clima adverso.
Segundo o Índice Scot Consultoria para a Captação de Leite, considerando a média brasileira, o volume de leite captado caiu 3,7% em fevereiro, na comparação com janeiro (média nacional).
Em março, os dados parciais apontam para uma queda de 2,2% na captação média em relação a fevereiro.
O consumo interno reagiu após o período de férias e festas.
Considerações finais
Com a menor oferta e o aumento da concorrência entre os laticínios, a expectativa é que o movimento de alta persista em curto e médio prazos.
Para o pagamento de abril, 69,0% dos laticínios pesquisados acreditam em aumento do preço ao produtor e 27,0% em manutenção.
Apesar do reajuste do salário mínimo de janeiro favorecer o consumo, é um fator que pode desestimular os investimentos em função do aumento do custo de produção.
O custo de produção subiu 4,6% em março, frente a fevereiro. No ano a alta está em 6,8%.