Os contratos futuros do café arábica apresentaram ganhos no acumulado da semana no mercado internacional, sendo puxados, na segunda e na terça-feira, por fatores técnicos e ordens automáticas de compra após o rompimento da resistência psicológica de US$ 1,5 por libra-peso.
Aliado a isso, o Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês), na quarta-feira, manteve inalteradas as taxas de juros no país, decisão que pressiona o dólar e impacta positiva e diretamente nos contratos do café, pois gera intenso movimento macroeconômico de investimento em ativos de risco, como bolsas de ações, moedas de países emergentes e commodities.
Dessa forma, no Brasil, o dólar comercial apresentou queda de 1,29% na semana frente ao real, saindo de R$ 3,2680 na última sexta-feira para R$ 3,2258 no fechamento de ontem.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,5525 por libra-peso, com alta de 685 pontos em relação ao fechamento da semana passada.
Do lado fundamental, não surgiram novidades, com os players de mercado mantendo sua atenção nas condições climáticas do cinturão produtor do Brasil e nas demais origens cafeeiras. A terceira estimativa da Conab, que apontou a safra 2016 de café em 49,64 milhões de sacas, também não surpreendeu.
O mercado internacional do café conilon registrou avanço na semana, acompanhando o desempenho do arábica e refletindo a preocupação com a safra do Vietnã, maior produtor mundial da variedade, cujas áreas produtoras vêm enfrentando estiagem, em especial na região central daquele país.
Nesta semana, a Associação de Café e Cacau do Vietnã (Vicofa) e a exportadora Simexco Dalak apresentaram suas estimativas para a safra 2016/17, nas quais preveem quedas de 15% a 20% na produção da nação asiática, que deverá oscilar entre 21,25 milhões e 25 milhões de sacas.
O vencimento novembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.002 por tonelada, com valorização US$ 65 em relação à última sexta-feira.
No Brasil, os preços praticados no mercado físico acompanharam o movimento externo, motivado pelo comportamento macroeconômico, o que movimentou um pouco mais os negócios do arábica na segunda e na terça-feira. Já para o robusta, os produtores permanecem pouco ativos.
Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 510,68/saca e a R$ 443,14/saca, ambos com valorização de 2% na comparação com o fechamento da semana anterior.