Conforme já aguardado pelo mercado após a coletiva de Paulo Guedes na última sexta-feira, o Copom aumentou a taxa Selic em 1,5%.
Com isso, a taxa de juros passou de 6,25% para 7,75% ao ano, tornando-se mais atrativo aos investidores estrangeiros que ganham nas operações de carry trade.
Mas com o BC trabalhando "sozinho ", será o suficiente para acalmar o dólar?
Hoje, o aumento do risco-país se dá principalmente pelas incertezas fiscais e políticas. Nossa inflação, que no acumulado em 12 meses ultrapassa os dois dígitos, também causa preocupação .
Enquanto o BC tem sido mais contracionista com a política monetária, nossa política fiscal tem sido mais expansionista, com o governo sempre dando um jeito de querer interferir para um expressivo aumento no teto de gastos.
Com o fim do auxílio emergencial agora em outubro, o Presidente Bolsonaro (sem partido) e seus aliados políticos tentam emplacar o novo Auxílio Brasil, que ainda não conta e provavelmente não contará com uma fonte de receita dentro do teto.
O aumento da taxa Selic veio de acordo com as expectativas do mercado, que já precificava os 1,5%. Na minha opinião, o BC poderia ter sido ainda mais agressivo, aumentando a Selic em 1,75% a fim de avisar ao mercado que estaria à frente da curva (nos juros). Vamos observar hoje como o mercado, principalmente no câmbio, reagirá.
Ontem o dólar caiu 0,33, fechando o dia a R$ 5,5563.
Na sexta-feira teremos o fechamento da PTAX, que influenciará nos contratos futuros, naquela eterna briga entre comprados e vendidos.
Com as armas que tem, o BC tem a sua ação no câmbio bem limitada. Aguardaremos as cenas dos próximos capítulos.
Um bom dia e bons negócios!