Aumento da oferta e demanda lenta pressionam os preços do leite no mercado internacional
No dia 1 de outubro foi realizado o leilão de número 125 pela plataforma *Global Dairy Trade (GDT), que terminou com o leite em pó cotado, em média, em US$2.443,00 por tonelada.
*Os leilões da GDT são administrados pela Dairy Global Trade Holdings Limited, subsidiaria da Fonterra, e a CRA International Inc., empresa global de consultoria.
Os leilões começaram em 2008 e, hoje, são o principal indicador para cotações de lácteos no mercado internacional.
Algumas empresas que fazem parte desta plataforma são: Fonterra (cooperativa neozelandesa), Dairy America (norte-americana), Murray Goulburn (australiana), Arla (cooperativa dinamarquesa, sueca e alemã), Amul (indiana) e Eurosérum (francesa).
Na comparação com o último leilão , realizado em 16 de setembro, quando o preço obtido pela tonelada do leite em pó foi de US$2.692,00, a queda é de 9,2%.
Em relação ao mesmo período do ano passado a queda é de 53,1%. A cotação na época atingiu US$5.208,00. Veja figura 1.
Esse cenário deverá permanecer em médio e longo prazos, com a retomada do aumento da produção nos principais países produtores, principalmente na Nova Zelândia e na União Europeia, e em função da demanda lenta por derivados de leite.
De acordo com a Associação de Laticínios da Nova Zelândia (DCANZ), o país produziu 8,35 bilhões de litros de leite no primeiro semestre.
Um aumento de produção de 16,3% em relação ao mesmo período de 2013, quando a produção fora de 7,18 bilhões de litros. Veja a figura 2.
Considerações finais
Apesar da queda nos preços internacionais do leite, motivadas pelo aumento da oferta mundial, a conquista de um novo mercado deverá contribuir para as exportações brasileiras de lácteos no segundo semestre.
Após o embargo aos produtos lácteos dos Estados Unidos, União Europeia e Austrália, a Rússia avistou no mercado brasileiro uma oportunidade de suprir a sua demanda interna.
Em 2013 os russos importaram 364,0 mil toneladas de queijo e 136,0 mil toneladas de manteiga. As altas frente a 2012 foram de 2,2% e 14,3%, respectivamente. Para o leite fluido houve queda de 2,5% no volume importado para o mesmo período.
A expetativa para este ano é que aumente as compras russas de manteiga e leite fluido em relação ao ano passado. Veja tabela 1.
Até o momento o Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia (ROSSELKHOZNADZOR), liberou as negociações com os laticínios Confepar, Tirolez, Brasil Foods (BRF), Polenghi e Itambé.
Esta possibilidade para o Brasil colabora para minimizar os riscos internos, aumentar a competitividade no mercado internacional e melhorar a balança comercial. Além de indicar a alta qualidade do produto nacional.