CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS
Um cenário de eventos ansiosamente aguardados, surpresas e um contexto global ainda tenso, principalmente com o evento dos bancos centrais em Jackson Hole.
A análise da decisão do Fed, obviamente estava refletindo o momento da decisão e no atual contexto, qualquer reflexo passado se torna automaticamente datado. Todavia, a ata foi enfática em alguns pontos importantes e polêmicos.
O primeiro foi a citação aberta ao programa de alívio quantitativo (QE), uma demanda constante do presidente Trump, ainda que não existam razões macroeconômicas para tal pleito.
Além disso, foi notada uma postura bastante dove (tendente ao corte) dos membros do comitê, sensibilizados tanto com a inversão da curva de juros, como com os efeitos da guerra comercial dos EUA com a China.
A ata dá a impressão clara de um comitê mais afável às demandas de Trump em diversos aspectos, do que o que se tem transparecido nas comunicações recentes de alguns membros, advogando por uma observação mais técnica dos indicadores econômicos nos EUA.
Neste embate, a corrente pró-afrouxamento é a vencedora e a situação deve ficar mais clara agora no simpósio de Jackson Hole, com Jerome Powell adicionando todos os elementos agravados desde a última decisão de juros.
Localmente, a não colocação completa do leilão de linha do BC e a resistência de parte do mercado em ceder demonstra que o trabalho da autoridade monetária será tão difícil o quanto prevíamos.
Algumas grandes instituições já explicitaram claramente suas preferências por um real desvalorizado e dada a quantidade reduzida de players e de dólares no mercado, os leilões de certo modo tendem a contar primeiramente com um pedido decente de taxa e depois com a participação do mercado de modo a suprir a demanda.
Este embate deve durar mais uma semana e ontem o BC teve meramente uma vitória pírrica, com o Real acompanhando a tendência global de melhora das moedas de emergentes.
Fica a dúvida agora não somente da eficácia do uso de tal instrumento correto, diga-se de passagem, com parte do mercado operando claramente na contramão do Real.
A surpresa privatizante de ontem foi interessante, mas vai na linha da falta de boa notícia para aquecer aos mercados, com pouca substância.
A especulação da Petrobrás continua, mas com possibilidade muito reduzida em vista as resistências inclusive dentro do governo.
Atenção hoje à ata da última reunião do BCE, onde a expectativa é grande para o sinal de um corte de juros em setembro e localmente, IPCA-15 e arrecadação de impostos.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, na expectativa por Jackson Hole.
Na Ásia, o fechamento foi misto, após resultados ruins da indústria japonesa.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, com exceção ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta, com quedas acentuadas nos estoques.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,85%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,0281 / -0,68 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / -0,063%
Dólar / Yen : ¥ 106,38 / -0,225%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / -0,008%
Dólar Fut. (1 m) : 4029,28 / -0,38 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,24 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,36 % aa (-1,47%)
DI - Janeiro 23: 6,34 % aa (-1,55%)
DI - Janeiro 25: 6,85 % aa (-1,44%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,00% / 101.202 pontos
Dow Jones: 0,93% / 26.203 pontos
Nasdaq: 0,90% / 8.020 pontos
Nikkei: 0,05% / 20.628 pontos
Hang Seng: -0,84% / 26.049 pontos
ASX 200: 0,29% / 6.502 pontos
ABERTURA
DAX: -0,126% / 11788,14 pontos
CAC 40: -0,404% / 5413,50 pontos
FTSE: -0,559% / 7163,71 pontos
Ibov. Fut.: 2,09% / 102084,00 pontos
S&P Fut.: -0,123% / 2925,60 pontos
Nasdaq Fut.: -0,355% / 7722,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,28% / 76,70 ptos
Petróleo WTI: 0,75% / $56,10
Petróleo Brent:0,71% / $60,73
Ouro: -0,34% / $1.497,55
Minério de Ferro: -2,14% / $92,01
Soja: 0,33% / $15,04
Milho: 0,28% / $363,50
Café: -0,65% / $92,25
Açúcar: 0,18% / $11,41