A ata da última reunião do FOMC não trouxe novidades substanciais, quando comparado com toda a comunicação ocorrida entre a decisão e o documento, ou seja, permaneceu a premissa de uma elevação não fixada em 75 bp, podendo ser 50 bp e a visão de que a inflação é um problema e a economia está reagindo.
Em resumo, a ata foi datada, mas ao mesmo tempo, reverteu a visão de que os EUA poderiam estar em recessão, afinal o documento sequer cita isso e ao mesmo tempo, desenha um cenário de reversão das perdas do primeiro trimestre, já no segundo.
Obviamente, volta a forte bipolaridade das reações do mercado financeiro, o qual reagiria negativamente a notícias boas, por entender que reforçariam o processo de aperto monetário, causando, portanto, recessão.
Por outro lado, continuam os temores de uma postura leniente com a inflação, que fariam com que o seu combate se torne mais difícil, como ocorre na Europa neste momento, sem sinais mais criveis de reversão.
Tal reversão ainda depende da retirada dos estímulos e do fim de seus eventos catalisadores, como o conflito no leste europeu e a reabertura na China, cada vez mais desafiada por uma política praticamente impossível de Covid Zero, em meio a variantes menos letais, porém mais contaminantes.
Os sinais mais recentes de lockdowns considerados mais seletivos do que aqueles promovidos no início deste ano já conseguiram gerar um escoamento de produção considerável da China, o que tem ajudado em partes a inflação global do atacado.
Os benefícios já foram sentidos por aqui, pois sem a queda dos preços no atacado, a volatilidade atual do câmbio já teria efeitos muito mais duradouros na inflação, que continua dando sinais de que os picos já ocorreram e o mesmo pode ser sentido em países como os EUA e o Fed bem sabe isso.
Daí a promoção de um cenário global de recessão causada pelos bancos centrais parece cada vez mais descolado da realidade, pois ainda acreditemos em uma situação desafiadora à Europa, o restante do mundo pode ainda crescer.
A agenda hoje o ADP Employment, pedidos de auxílio desemprego nos EUA e o IGP-DI no Brasil e com o fim da greve do Banco Central, além do relatório Focus na próxima semana, será divulgada uma serie grande de indicadores que se encontravam atrasados e os rankings do BC.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na espera pelo mercado de trabalho nos EUA a atento à possível renúncia de Boris Johnson.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, puxados pela Coreia do Sul e reagindo à leitura da ata do FOMC.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao cobre e minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e alta em Nova York, com cenário pós ata.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,34%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4291 / 0,76 %
Euro / Dólar : US$ 1,02 / 0,226%
Dólar / Yen : ¥ 135,95 / 0,000%
Libra / Dólar : US$ 1,20 / 0,688%
Dólar Fut. (1 m) : 5456,83 / 0,35 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,86 % aa (0,59%)
DI - Janeiro 24: 13,55 % aa (0,26%)
DI - Janeiro 26: 12,80 % aa (0,16%)
DI - Janeiro 27: 12,85 % aa (0,27%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,4317% / 98.719 pontos
Dow Jones: 0,2256% / 31.038 pontos
Nasdaq: 0,3498% / 11.362 pontos
Nikkei: 1,47% / 26.491 pontos
Hang Seng: 0,26% / 21.644 pontos
ASX 200: 0,81% / 6.648 pontos
ABERTURA
DAX: 1,625% / 12799,15 pontos
CAC 40: 1,558% / 6004,47 pontos
FTSE: 1,104% / 7186,24 pontos
Ibov. Fut.: 0,47% / 99995,00 pontos
S&P Fut.: 0,27% / 3858,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,307% / 11918,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 1,40% / 112,30 ptos
Petróleo WTI: 0,96% / $99,48
Petróleo Brent: 0,69% / $101,38
Ouro: 0,22% / $1.743,12
Minério de Ferro: 2,61% / $114,10
Soja: 1,53% / $1.604,50
Milho: 0,91% / $751,00
Café: -0,96% / $222,50
Açúcar: 0,50% / $18,08