Acredito que um investidor não deve ser uma pessoa que busca se desdobrar em inovações. Muito pelo contrário, ele deve ser um imitador.
Isto é, deve copiar o comportamento dos que obtiveram sucesso consistente em sua caminhada, afinal, por que mexer com a perfeição, se podemos copiá-la?
Essa opinião, no entanto, não é apenas minha, ela também é compartilhada por Mohnish Pabrai, que é um dos investidores de valor mais bem-sucedidos da atualidade.
Como temos vários investidores de sucesso dos quais podemos ser imitadores, devemos observar suas histórias e buscar extrair conhecimento de suas atitudes, erros e acertos.
Creio que o exemplo máximo que temos atualmente seja a dupla Warren Buffett e Charlie Munger. Munger afirma que muito de seu sucesso, bem como o de Buffett se deve ao fato de que eles são “máquinas de aprendizado”.
Sendo assim, é interessante nos espelharmos na dupla, buscando viver em situação de aprendizado constante.
Aqueles que sentem prazer e motivação no aprendizado possuem as maiores chances de ter sucesso em seu âmbito de estudo, uma vez que desenvolvem capacidades, habilidades e práticas cada vez mais acuradas para lidar com a dinâmica que envolve o objeto de estudo.
No que tange os investimentos, o funcionamento é exatamente o mesmo.
O aprendizado constante promove o estabelecimento de uma vantagem enorme em relação aos demais. Vantagem. Além de paciência, arrisco dizer que “vantagem” é uma outra característica importante que se deve ter para conseguir bons retornos no longo prazo, tanto por parte do investidor, quanto por parte das empresas.
Quando se olha para uma empresa, devemos observar num contexto amplo, como ele se encaixa no mundo. Se você conseguir olhar sob uma perspectiva da qual o mundo ainda não enxerga, isso pode lhe conferir uma vantagem considerável.
Portanto, no que diz respeito aos negócios, cabe aqui introduzir o termo “moat”, popularizado por Buffett.
Moat é a habilidade de um negócio em manter uma vantagem competitiva de longo prazo, que permite conseguir um retorno acima da média do mercado por um longo período.
Nas palavras de Pabrai: “o que queremos é um negócio que tenha um moat profundo, com um monte de piranhas dentro, e que fica mais fundo a cada dia”.
Um moat interessante é, portanto, aquele que protege a companhia e está sempre crescendo e oferecendo mais proteção.
Voltando para o investidor, o aprendizado constante confere, portanto, a vantagem de encontrar vantagens – moats – mais facilmente que os demais.
Além disso, também nos fornece o conhecimento sobre o business, o que é necessário para se investir – evite investir em coisas que você não conhece.
As grandes vantagens que Mohnish diz ter em relação aos demais, no que diz respeito ao Value Investing, são a atitude e a paciência, e não o QI.
Ou seja, deve-se ter a atitude de aprendizado constante, correr atrás, e ao mesmo tempo ter paciência, afinal, na essência do Value Investing sabemos que não há retornos exorbitantes do dia para a noite, tudo leva tempo. É mais do que necessário saber trabalhar ao lado do tempo.
Portanto, devemos sempre buscar o aprendizado diário, em qualquer área que seja.
Do mesmo jeito que nossos investimentos crescem com os juros compostos, o homem que vai dormir todos os dias mais sábio do que quando acordou, colherá os frutos dos juros compostos também no âmbito do conhecimento.