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As Stablecoins Serão Substituídas por Moedas Digitais Fiduciárias?

Publicado 27.01.2022, 14:26
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  • China fará a digitalização primeiro
  • Os EUA estão atrás na curva digital
  • Tether: terceira criptomoeda líder do mercado
  • Não há razão para que o dinheiro ainda não tenha se tornado digital
  • Governos andam a passos de tartaruga; a tecnologia avança na velocidade da luz
  • Uma stablecoin nada mais é do que uma criptomoeda que tenta oferecer estabilidade de preços, por estar lastreada a ativos de reserva. Embora o Bitcoin e Ethereum sejam as duas criptomoedas líderes de mercado, sua volatilidade de preços é muito grande.

    As stablecoins que associam seu valor de mercado a uma referência externa reduzem a variação dos seus preços. Por isso, ganharam popularidade como ativos monetários digitais.

    As moedas estáveis lastreadas em moedas fiduciárias refletem o valor de divisas como o dólar, euro, iene entre outras. Também podem refletir o valor de outros ativos estáveis, como ouro, petróleo e instrumentos congêneres. O lastro determina o número adequado de criptoativos a serem emitidos.

    Existem também stablecoins lastreadas em outras criptomoedas. Como as criptos registram alta oscilação de preços, tendem a registrar excesso de lastro. Um número maior de criptomoedas pode ser mantido como reserva para a emissão de menos stablecoins.

    Stablecoins algorítmicas ou sem lastro não usam qualquer reserva, mas possuem um mecanismo de funcionamento, como um banco central, para atingir um preço estável. Se necessário, usam um mecanismo de consenso para aumentar ou diminuir a oferta do token.

    O dólar é a moeda de reserva mundial, e o Tether {1031397|USDT}}), stablecoin líder por capitalização de mercado, está lastreado no USD. À medida que o mundo financeiro aumenta a adoção da fintech, é possível que vejamos em breve moedas digitais emitidas por governos, as quais devem substituir stablecoins lastreadas no dólar, por exemplo.

    China fará a digitalização primeiro

    A China está bem adiantada na implementação do seu iuane digital. Nos últimos seis meses, a moeda fiduciária do país mais populoso do mundo atingiu US$8,3 bilhões em transações. Ao mesmo tempo, de acordo com o Banco Popular da China, as transações em iuanes digitais atingiram a marca de 87,57 bilhões de iuanes, ou US$13,68 bilhões.

    A China começou a fase de testes da sua moeda digital em 2020. O número de usuários individuais do iuane digital cresceu para 261 milhões no fim de 2021, um crescimento impressionante de mais de 240 milhões de usuários desde o fim de junho de 2021.

    Os testes continuam com usuários selecionados por loteria. No entanto, não levará muito tempo para que a moeda digital chinesa esteja disponível para o público geral.

    Os EUA estão atrás na curva digital

    Na semana passada, o Federal Reserve divulgou o tão aguardado estudo sobre a emissão de uma moeda digital pelo banco central americano. O documento de 40 páginas examinou várias questões e opiniões envolvendo o dólar digital. A governadora do Fed, Lael Brainard, tornou-se a maior defensora do projeto, ao passo que alguns de seus colegas mantiveram-se céticos.

    Uma das principais diferenças entre o dólar do Fed e outras transações com tokens digitais: o atual dinheiro digital é uma responsabilidade dos bancos comerciais, ao passo que a futura moeda digital será de responsabilidade dos bancos centrais, como o Fed. O estudo listou 22 itens diferentes para opinião pública, com um período de comentários de 120 dias. O relatório não assumiu qualquer posição sobre o apoio ou não do banco central americano ao dólar digital.

    A conclusão é que os EUA estão bem atrás na curva da tecnologia financeira e de uma moeda digital nacional.

    Tether: terceira criptomoeda líder do mercado

    O Tether é uma moeda digital não oficial lastreada no dólar e não conta com o respaldo do banco central americano, nem do governo e nem das instituições financeiras dos EUA. Seu prestígio advém da sua posição como terceira cripto líder entre 17.105 criptoativos em circulação.

    Tether era negociado a US$1,0008 no dia 27 de janeiro, com uma capitalização de mercado de aproximadamente US$78,23 bilhões. USDT é uma stablecoin, pois seus preços não se distanciam muito da cotação do dólar.

    Tether/USD

    Fonte: CoinMarketCap

    O gráfico mostra que, apesar de alguns eventos temporários em 2017-2019 que fizeram o USDT atingir a máxima de US$1,0779 em dezembro de 2017 e a mínima de US$0,9136 em abril de 2017, ele vem se mantendo estável a US$1 desde abril de 2020.

    O fato de o Tether ter se tornado uma espécie de dólar digital, ainda que sem autorização, mostra que o mercado está faminto por uma moeda digital emitida pelo governo americano.

    Não há razão para que o dinheiro ainda não tenha se tornado digital

    Enquanto o Fed estuda e debate a emissão de um dólar digital, a evolução da revolução da tecnologia financeira não para, independente ou não do banco central americano.

    As criptomoedas continuam sendo uma área de contenção por parte dos órgãos reguladores, pois elas retiram o poder dos governos sobre a oferta monetária e o devolve aos indivíduos, na medida em que as ofertas de compra e venda no mercado aberto é o que estabelece o valor das moedas. A volatilidade das criptomoedas criou um frenesi especulativo que oferece às autoridades de bancos centrais e governos um prato cheio para se opor à revolução das criptos.

    No entanto, há amplo consenso de que a tecnologia blockchain é o futuro, já que aumenta a velocidade das transações e melhora a eficiência dos registros. Dessa forma, não há absolutamente qualquer razão, segundo vários defensores, para que os EUA estejam tão atrasados na adoção do dólar digital.

    Governos andam a passos de tartaruga; a tecnologia avança na velocidade da luz

    As agências governamentais e bancos centrais se movem a passos lentos, enquanto os avanços tecnológicos ocorrem na velocidade da luz. A tecnologia já está mudando o mundo financeiro, mas os governos com agendas políticas não estão acompanhando sua evolução.

    A China tem a segunda maior economia do mundo e está no encalço dos EUA para roubar sua posição de liderança. Os chineses estão pelo menos dois anos à frente dos EUA quando falamos em abraçar a fintech. Quando os EUA e Europa começarem a planejar o lançamento de dólares e euros digitais, o iuane digital provavelmente já estará em uso por mais de 1 bilhão de cidadãos chineses.

    Os bancos centrais dos nove países seguintes já criaram suas próprias moedas digitais:

    • Bahamas
    • Nigéria
    • Antígua e Barbuda
    • Granada
    • São Cristóvão e Névis
    • Santa Lúcia
    • Dominica
    • Montserrat
    • China

    Enquanto o Fed e o Banco Central Europeu estudam e debatem as moedas digitais, acabam ficando para trás nessa corrida.

    As moedas digitais fiduciárias eventualmente devem substituir algumas stablecoins como o tether (USDT). No entanto, a julgar pelo atual ritmo do Fed, tudo leva a crer que o USDT continuará em circulação por bastante tempo.

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