A taxa Selic foi mantida em 13,75% na última decisão de taxa de juros do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), em linha com as expectativas do mercado.
O Copom disse que suas projeções para a inflação situam-se em 6% para 2022, 5% para 2023 e 3% para 2024. O ambiente externo mantém-se adverso e volátil, marcado pela perspectiva de crescimento global abaixo do potencial no próximo ano, alta volatilidade nos ativos financeiros e um ambiente inflacionário ainda pressionado. A política monetária nos países avançados em direção a taxas restritivas e a maior sensibilidade dos mercados a fundamentos fiscais requerem maior cuidado pelos países emergentes.
Temos duas hipóteses para o futuro. A primeira é a inflação aumentar. E as consequências nesse cenário são as seguintes: uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e a elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporados nas expectativas de inflação e nos preços de ativos. Daí a taxa Selic precisará aumentar. Melhor para o real.
Cenário dois: a inflação diminuir, e o que colaboraria para isso são: uma queda adicional dos preços das commodities internacionais em moeda local, uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e a manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023. Daí Selic para baixo. O que não é tão bom para o real na taxa de câmbio, mas depende bastante de como estiver os EUA para esta diminuição de juros impactar de fato aqui na nossa moeda.
O dólar fechou ontem cotado no mercado à vista para venda a R$ 5,2065, reagindo à desidratação da PEC da Transição aprovada na CCJ do Senado, mas antes de sair a manutenção da Selic, que já estava precificada no câmbio. O plenário aprovou ontem, após fechamento do mercado, em dois turnos a PEC. O projeto será encaminhado para a Câmara, onde precisará do apoio de 308 deputados, também em dois turnos.
Mercado também está otimista diante do relaxamento de restrições sanitárias na China e a possibilidade de que temores crescentes de recessão forcem o banco central dos Estados Unidos a frear seu ciclo de aperto monetário. Neste cenário, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos seria bastante atrativo para o investidor trazer dinheiro para cá e beneficiar o real.
Calendário para hoje: no Brasil sairão as vendas no varejo de outubro; na Europa, teremos discurso de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE); nos EUA, os pedidos por seguro desemprego.
Bons negócios a todos e um ótimo dia pessoal!