Saiba quais são as principais vantagens e desvantagens de cada um dos caminhos que você pode escolher para investir na bolsa.
Duas decisões importantes
Meu texto de hoje é dedicado àqueles que começaram a se interessar pelo mundo das ações agora, portanto, caso você seja um investidor mais experiente, pode pular direto para as Quick News.
Se você quer começar a investir em ações, mas ainda está perdido, saiba que para escolher um dos três caminhos disponíveis, você precisará tomar duas decisões: escolher entre o investimento ativo ou passivo e se vai investir direta ou indiretamente na bolsa.
Ao investir em ações de forma ativa, você está fazendo o que chamamos de stock picking, isto é, está tentando selecionar, dentre cerca de 350 empresas brasileiras com capital aberto e listadas na nossa bolsa, aquelas que acredita que podem ter uma performance diferenciada. Logicamente, você faz isso com o objetivo de ter um retorno superior ao do mercado.
Ao investir de maneira passiva, você não está buscando superar o mercado, mas sim acompanhar sua valorização como um todo ao longo dos próximos anos. Seu retorno esperado será em linha com aquele que o índice que você escolheu replicar alcançar.
Já quando está decidindo entre investir em ações de maneira direta ou indireta, está escolhendo entre comprar as ações que quer diretamente na bolsa ou delegar a um gestor profissional a tarefa de comprá-las, pagando uma taxa por isso como forma de remuneração pelo serviço.
A seguir, apresento as principais vantagens e desvantagens de cada uma das três principais formas de se investir em ações.
Comprando ações diretamente
Nesse caso, você mesmo faz o seu stock picking, podendo realizar o processo de análise completamente sozinho, com embasamento nas recomendações de uma casa de análise como a Nord ou de um consultor de valores mobiliários. Lembre-se de que o seu agente autônomo de investimento não deve (e não pode) te dar recomendações de investimento.
Essa opção é mais barata, pois você paga apenas os custos para transacionar e manter ativos em custódia, que estão cada vez menores com a popularização dos investimentos e com o maior nível de concorrência entre as corretoras. A liquidez é praticamente imediata, logo, caso você decida vender suas ações, o dinheiro estará na sua conta dois dias depois.
Dentre as principais desvantagens estão o risco de errar nas suas escolhas (principalmente se faz a análise por conta própria) e o fato de que você precisa de mais tempo disponível para estudar sobre investimentos e sobre as ações que escolhe investir.
Por outro lado, as casas de análises possuem diversos produtos focados em ações, sempre se balizando em estratégias de investimento comprovadas. As séries de ações atendem desde o investidor mais conservador até o mais arrojado, qualquer que seja o seu objetivo.
Investindo em fundos de ações ativos
Ao investir via fundos ativos, você também tem o objetivo de superar os retornos do mercado como um todo, mas a seleção e a compra dos ativos é terceirizada para um gestor experiente e profissional, que se dedica exclusivamente a essa função.
É bem mais prático investir assim, visto que é a opção para quem quer investir e esquecer. Inclusive, é muito melhor que você nem fique olhando o desempenho do gestor no curto prazo e deixe-o trabalhar.
Logicamente, você terá que pagar por esse serviço.
No Brasil, as taxas comumente praticadas no mercado são de 2 por cento na forma de remuneração pela administração dos recursos e mais 20 por cento como taxa de performance (20 por cento dos ganhos que superarem o desempenho do índice de referência do fundo vão para o gestor).
Além disso, os fundos são uma opção menos líquida. Em alguns casos, o prazo para receber seu dinheiro pode chegar a até 60 dias.
Fundos Passivos ou ETFs
No caso dos fundos passivos, ou Exchange-Traded Funds, existe a figura de um gestor, mas ele não vai tentar bater o mercado, seu mandato é de apenas comprar ações que compõem a carteira teórica de um índice na proporção que elas estão no índice.
Por exemplo, o BOVB11 é um ETF gerido pela gestora do Bradesco (SA:BBDC4), que cobra uma taxa de 0,2 por cento a.a. para replicar a carteira teórica do índice para você.
ETFs são ótimas opções para quem está começando.
Com cerca de mil reais, você consegue comprar o lote padrão desse fundo (que é um ativo negociado em bolsa, como se fosse uma ação) e vai ter, dentro dele, as 81 ações do índice Ibovespa. Alguns fundos de gestão ativa podem ter valores mínimos para o primeiro aporte maiores do que isso.
Você vai ter uma carteira bastante diversificada, com menor risco, mas também com menor potencial de retorno esperado. De qualquer modo, não dá para garantir que o stock picking direto ou o de um fundo serão capazes de superar o mercado, eles podem inclusive ter uma performance pior que a do mercado.
A liquidez dos ETFs é a mesma das ações.
No fim das contas, a decisão vai depender do seu apetite e tolerância ao risco, do capital disponível que você tem no momento e da disponibilidade/interesse para estudar sobre investimentos e acompanhar o mercado.
Se acabou de fazer sua reserva de emergência e tem pouco dinheiro disponível para ações, invista via ETF.
Se você já tem algum patrimônio disponível para alocar em renda variável, mas não quer ou não tem condições de acompanhar o mercado, você pode montar uma carteira diversificada com alguns fundos.
Caso prefira fazer a gestão do seu patrimônio por conta própria, inclusive quanto à seleção dos ativos, invista diretamente em ações (buscando sempre conhecer a fundo no que está investindo e buscando a orientação adequada).