Os valores do arroz em casca variaram pouco ao longo de novembro no Rio Grande do Sul. Esse cenário evidencia que agentes de mercado parecem não identificar fatores que justifiquem alterações bruscas preços. Além disso, ainda há um bom período pela frente até a entrada efetiva de uma nova safra. Por enquanto, agentes parecem aguardar uma melhor definição do mercado, especialmente em relação à procura pelo arroz beneficiado e ao clima – muitos estiveram atentos ao final do semeio no Brasil e no Paraguai, principal fornecedor do produto aos demandantes nacionais.
No mês, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista, oscilou entre mínimo de R$ 102,30/sc de 50 kg (no último dia do mês) e máximo de R$ 105,00/sc (do dia 17 de novembro), ou seja, pequena diferença de apenas 2,7 Reais/saca. A média de novembro/20, de R$ 103,98/sc, ficou 1,33% abaixo da de outubro/20, mas expressivos 123,12% superior à de novembro/19, de R$ 46,60/sc, em termos nominais. Para alguns, as vendas do arroz beneficiado aquém do esperado ao longo de novembro indicam que a demanda pode aumentar no curto prazo. Outros, no entanto, ainda apostam que o volume demandado para atender a regiões consumidoras deve mudar pouco, fundamentados no fato de que ainda há estoques no atacado e no varejo. Além disso, muitos dos agentes sul-riograndenses devem interromper as atividades em dezembro, devido ao recesso de final de ano.
MÉDIAS REGIONAIS – Dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea no Rio Grande do Sul, os valores também oscilaram ao longo de novembro, com muitas interrompendo o movimento de alta que vinha sendo observado. Desta forma, de outubro para novembro, as médias mensais recuaram 2,25% na Fronteira Oeste, a R$ 104,34/sc no último mês; na Depressão Central, os valores caíram 2,14%, a R$ 99,39/sc; na Planície Costeira Interna, a queda foi de 1,31%, com fechamento de R$ 106,60/sc; na Zona Sul, o recuo foi mais tímido (-0,28%), a R$ 106,80/sc. Na Planície Costeira Externa e Campanha, por sua vez, os preços registraram ligeiros aumentos de 0,67% e de 0,42%, respectivamente , a R$ 107,86/sc e R$ 100,39/sc, em novembro. Em relação aos demais rendimentos acompanhados pelo Cepea, de outubro para novembro, houve queda de 1,35% para o cereal de 50% a 57% de grãos inteiros, que fechou a R$ 100,41/sc no último mês; para o de 59% a 62% de inteiros, o recuo foi de 1,42%, a R$ 104,31/sc em novembro/20; já para o de 63% a 65% de grãos inteiros, queda foi menor entre os meses, a R$ 105,43/sc, na mesma comparação.
NOVA SAFRA – As atividades de semeio de arroz da temporada 2020/21 no Sul do Brasil seguiram para a reta final. No Rio Grande do Sul, 94,44% da área estimada havia sido semeada até o dia 2 de dezembro, segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Já em Santa Catarina, as atividades somavam 97,5% até o dia 18 de novembro (última informação disponível), de acordo com a Epagri/Cepea. Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontam que o semeio de arroz estava, até o dia 30 de novembro, em 75% no Tocantins, em 10% em Mato Grosso, em 12% no Maranhão e em 70% em Goiás.
MERCADO EXTERNO – Em novembro, as exportações brasileiras de arroz somaram aproximadamente 72,75 mil toneladas, 52,6% abaixo das de outubro/20 e 44,3% inferiores às de novembro de 2019. Já as importações nacionais de arroz, totalizaram 186,37 mil toneladas, 27,3% superior ao registrado em out/20 e expressivo aumento de 185,5% em relação a novembro/19 - os dados são da Secex.