A saca de arroz em casca no Rio Grande do Sul se valorizou pelo quarto mês consecutivo, devido à demanda aquecida tanto para o mercado externo quanto para o doméstico. Em junho, o Indicador ESALQ/SENARRS, 58% de grãos inteiros registrou expressiva alta de 8,32%, fechando a R$ 40,69/sc de 50 kg no dia 29. A média de junho, de R$ 38,99/sc, está 5,9% maior que a média de maio/18, porém 7,6% inferior à média de junho/17 (dados atualizados pelo IGP-DI de junho/18).
Ao longo de junho, tradings seguiram ativas, buscando lotes para atender aos contratos de exportação, favorecidas pela valorização de 3,61% do dólar frente ao Real no acumulado do mês e de 17,1% na parcial de 2018 (até o dia 29 de junho).
Nesse cenário, indústrias brasileiras aumentaram suas ofertas para os lotes de arroz depositado e “livre” (armazenados nas propriedades rurais) para conseguirem repor seus estoques de casca e cumprir com os pedidos dos setores atacadista e varejista dos grandes centros consumidores. Mesmo com o aumento do custo do frete, a procura pelo fardo esteve ativa, o que permitiu que as indústrias repassem parte das altas do casca para o beneficiado.
Do lado vendedor, parte dos orizicultores disponibilizou seus lotes de casca de acordo com a necessidade de “fazer caixa”, atentos às quedas registradas no preço da soja. Já outros produtores seguem recuados negociando produtos de outros segmentos, como soja e gado.
Regionalmente, entre 30 de maio e 29 de junho, a maior alta no preço médio foi observada na Planície Costeira Interna, de 10,48%, seguida pela Depressão Central, com elevação de 9,08%, no mesmo período. Na Fronteira Oeste, a valorização foi de 7,37%. Na Zona Sul, o preço médio subiu 6,33% e na Campanha, 5,75%.
OUTROS GRÃOS – A boa demanda de indústrias gaúchas e de outros estados impulsionou o preço do arroz com 59% a 62% de grãos inteiros no RS em 10,39% no acumulado de junho (até o dia 29), fechando a R$ 41,69/sc de 50 kg no dia 29. No mês, tanto as indústrias do Rio Grande do Sul como aquelas de outros estados estiveram ativas. A maior alta no valor médio foi observada na região da Planície Costeira Interna, de 13,58% no acumulado de junho. Na Planície Costeira Externa, o aumento foi 10,91%, no mesmo período. Na Depressão Central, o preço subiu 10,72%; na Fronteira Oeste, 10,27%. Na região da Campanha, o preço teve aumento de 9,18%; e na Zona Sul, de 7,84%.
CONAB – Mesmo com a revisão para cima da produção brasileira 2017/18 de arroz, é esperado volume de 11,7 milhões de toneladas, 4,8% menor que o da safra anterior, segundo dados do 9º levantamento de safra da Conab. Os dados de colheita também se elevaram, devido à expectativa de melhores rendimentos, indo para 5.997 kg/ha, porém, ainda 3,6% menor que o da safra 2016/17, de 6,223 kg/ha. No Rio Grande do Sul, a produção 2017/18 poderá chegar a 8,2 milhões de toneladas, 6% menor que à anterior, com a colheita praticamente finalizada. Em Santa Catarina, também próxima do término, a colheita poderá ficar em 1,14 milhão de toneladas, aumento de 1,5% frente à safra 2016/17.
INTERNACIONAL – No relatório divulgado em 12 de junho, o USDA levantou a produção mundial 2017/18 para 488,3 milhões de toneladas, aumento de 0,34% frente à temporada anterior. Esse cenário se deve às maiores colheitas nos principais produtores no continente asiático. Já o consumo foi levemente rebaixado de maio para junho/18, ficando em 481,17 milhões de toneladas, 0,31% menor que na safra 2016/17. Consequentemente, o estoque mundial 2017/18 está estimado em 143,9 milhões de toneladas, 5,2% superior que o da safra anterior. Apesar da significativa redução nas importações de Bangladesh, o comércio global poderá aumentar em 1,19%, atingindo 48,6 milhões de toneladas na safra 2017/18.
O relatório de plantio de arroz 2018/19, divulgado pelo USDA no último dia 29 de junho, indica que a área nos Estados Unidos atinge 1,15 milhão de hectares, crescimento de 15,3% frente à safra 2017/18. Para o arroz de grão longo, o aumento na área semeada é de 21,6%, indo para 489,7 mil hectares; para a do arroz de grão médio, a alta foi de 9,1% (de apenas 72,8 mil hectares); e para o grão curto, permanecerá estável em mil hectares. Dados referentes à safra 2018/19 de arroz, divulgados pelo USDA em 25 de junho, apontam que 70% das lavouras nos Estados Unidos apresentam ótimas e boas condições, inferior aos 73% do mesmo período de 2017. Em sequência, 25% da lavoura está em condições medianas, contra 22% do ano anterior; e 5%, em condições ruins.