A procura pelo arroz em casca foi elevada no Rio Grande do Sul em outubro. Com o objetivo de repor estoques, compradores elevaram os valores de suas ofertas. No entanto, vendedores estiveram um tanto resistentes a firmar acordos, à espera de novas altas nos preços. Além disso, diante da demanda sólida no mercado externo, as ofertas internas precisam ser competitivas para assegurar as vendas. Em outubro (de 29 de setembro a 31 de outubro), o Indicador CEPEA/IRGA-RS do arroz em casca (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) acumulou alta de 3,84%. A média mensal foi de R$ 104,12/saca de 50 kg, 3,26% superior à de setembro/23 e fortes 32,32% acima da de outubro/22.
De setembro/23 para outubro/23, dentre as microrregiões que compõem o Indicador CEPEA/IRGA-RS, os valores subiram com mais intensidade na Zona Sul (4,36%) e na Planície Costeira Interna (4,34%), com respectivas médias de R$ 107,18/sc e de R$ 105,94/sc em outubro. Na Depressão Central, Campanha, Planície Costeira Externa e Fronteira Oeste, as elevações foram de 3,42%, 2,69%, 2,60% e 2,15%, respectivamente, a R$ 101,49/sc, R$ 101,33/sc, R$ 105,48/sc e R$ 103,00/sc, no mesmo período. Em relação aos demais rendimentos acompanhados pelo Cepea, a média de preços do produto com 63% a 65% de grãos inteiros avançou 3,1% entre setembro e outubro, encerrando a R$ 105,98/sc no último mês. Para os grãos com 59% a 62% de inteiros, a elevação foi de 3,25%, a R$ 105,20/sc. Quanto ao produto de 50% a 57% de grãos inteiros, o valor subiu 3,25% no mesmo período, a R$ 101,70/sc. Comparados ao mesmo período do ano anterior, as médias mensais de todos os rendimentos apresentaram crescimento superior a 30%.
OFERTA E DEMANDA – De acordo com dados da Conab, a safra 2022/23 de arroz no Brasil foi finalizada, com a produção superando as 10 milhões de toneladas. As importações de 2023 estão estimadas em 1,3 milhão de toneladas, contribuindo para uma disponibilidade interna de 13,65 milhões de toneladas. O consumo doméstico segue previsto em 10,25 milhões de toneladas, e as exportações devem somar 1,7 milhão de toneladas. Com isso, os estoques de passagem serão de 1,7 milhão de toneladas. Para a temporada 2023/24, a Conab projeta crescimentos de 5,8% na área de produção de arroz irrigado, para 1,24 milhão de hectares, e de 2,4% na área de arroz sequeiro, para 310,7 mil hectares. Com isso, a área total é prevista em 1,55 milhão de hectares, 5,1% maior que na temporada passada. Na média, se espera crescimento de 2,5% na produtividade, para 6,95 t/ha, o que geraria oferta 7,7% maior que em 2023, para 10,8 milhão de toneladas. Somando essa quantidade aos estoques iniciais de 1,7 milhão de toneladas e à importação prevista de 1,4 milhão de toneladas para o ano, a disponibilidade interna está estimada em 13,9 milhões de toneladas, representando aumento de 1,1% em relação à safra 2022/23. A projeção da Conab indica consumo interno estabilizado em 10,25 milhões de toneladas na temporada 2023/24 assim como exportações semelhantes a 2023, em 1,7 milhão de toneladas. Com isso, os estoques são estimados em 1,85 milhão de toneladas. Em termos mundiais, dados do USDA para a safra 2023/24 indicam produção global de arroz beneficiado em 518,14 milhões de toneladas, aumento de 0,9% em relação à temporada anterior. Os dados de consumo se elevaram ligeiramente frente ao relatório divulgado em setembro, para 523,53 milhões de toneladas. Com a demanda superando a produção global, os estoques de arroz beneficiado devem recuar 3,1%, a 167,47 milhões de t. São esperadas transações globais em torno de 52,5 milhões de toneladas na safra 2023/24, contra 53,8 milhões de toneladas em 2022/23, decréscimo de 2,4% no período.
VAREJO – Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15, considerado uma prévia da inflação), divulgados pelo IBGE no dia 26 de outubro, apontam variação positiva de 0,21%, nos preços de um conjunto de produtos e serviços vendidos no varejo e consumidos pelas famílias brasileiras em outubro/23. Especificamente em relação ao arroz, houve aumento de 3,41% entre 15 de setembro e 13 de outubro de 2023, acumulando avanço de 18,25% nos últimos 12 meses, na média nacional.