Os preços do casca oscilaram pouco no correr de setembro. O Indicador do arroz CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) operou entre o valor mínimo de R$ 75,76/sc (em 1º de setembro) e o máximo de R$ 77,06/sc no dia 30 – diferença de apenas 1,30 Real/sc. Considerando-se a média mensal, o Indicador registrou tímida queda de 0,24% de agosto para setembro, fechando a R$ 76,29/sc no último mês. Dentre as microrregiões que compõem o Indicador CEPEA/IRGA-RS, os valores subiram na Planície Costeira Interna (0,57%), Campanha (0,26%), Zona Sul (0,16%) e Depressão Central (0,04%) entre ago/22 e set/22, fechando a R$ 78,11/sc, R$ 73,88/sc, R$ 79,12/sc e R$ 73,96/sc, respectivamente. Na Planície Costeira Externa e Fronteira Oeste, por sua vez, as médias de setembro recuaram 1% frente às do mês anterior, a R$ 77,44/sc e a R$ 75,07/sc. Em relação aos demais rendimentos acompanhados pelo Cepea, a média de preços do produto com 63% a 65% de grãos inteiros registrou baixa de 0,42% entre ago/22 e set/22, encerrando a R$ 77,25/sc. Para os grãos com 59% a 62% de inteiros, houve desvalorização de 0,47%, a R$ 76,69/sc. Quanto ao produto de 50% a 57% de grãos inteiros, por outro lado, a elevação foi de 0,48%, a R$ 74,59/sc.
Durante praticamente todo o mês, o movimento do mercado no Rio Grande do Sul foi marcado pela restrição vendedora e pela disparidade entre os preços de compra e venda do cereal, até mesmo dentro de uma mesma microrregião. No geral, as atenções de boa parte dos agentes do setor orizícola nacional se voltaram ao cultivo da safra 2022/23. Assim como em anos anteriores, as preocupações de produtores neste período estão especialmente nos elevados custos do cereal e na sustentabilidade agrícola. Apesar disso, as negociações tiveram maior liquidez a partir da segunda quinzena do mês. Agentes consultados pelo Cepea reportaram que as vendas do produto final (arroz beneficiado) para atender à demanda de atacadistas/varejistas de grandes centros consumidores nacionais melhoraram. Este cenário motivou novas compras da matéria-prima por parte de unidades de beneficiamento de diversos estados, como RS, SC, PR, MG e SP. Vale ressaltar que agentes avaliam se os preços no Rio Grande do Sul podem voltar a subir com mais força nas próximas semanas. Isso porque as exportações apresentaram bom desempenho nos últimos três meses, a paridade de importação passou a ficar acima do valor interno há quatro meses e o dólar segue avançando. A moeda norte-americana apresentou média de R$ 5,19 em setembro/22, 0,8% superior à de agosto/22. No mercado internacional, o vencimento Nov/22 na CME Group subiu 2,4% de ago/22 para set/22, com média de U$S 17,53/quintal (US$ 386,38/t ou US$ 19,32/saca de 50 kg) no último mês. Na Argentina, os valores FOB (Free on Board) do arroz em casca encerraram a US$ 300,00/t, declínio de 5,6% na mesma comparação, de acordo dados do Ministério da Agroindústria.
CAMPO – A semeadura da safra 2022/23 do arroz segue avançando em Santa Catarina, com 48% da área estimada já semeada. Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, apenas 2% da área havia sido semeada – os dados são da Conab e se referem até o dia 24. Por enquanto, o clima tem sido favorável ao andamento dos trabalhos de campo. Dados divulgados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apontam que a Fronteira Oeste pode semear aproximadamente 260 mil hectares de arroz na temporada 2022/23. Em seguida estão a Zona Sul (136,54 mil ha), Campanha (128,4 mil ha), Planície Costeira Interna (123,8 mil ha), Depressão Central (115,7 mil ha) e Planície Costeira Externa (95,7 mil ha).
SECEX – Dados da Secex apontam que, em setembro/22, as exportações totalizaram 199,29 mil toneladas, volume 25,6% abaixo do registrado em agosto/22 e fortes 53,1% acima do observado em setembro/21. As importações alcançaram 118,7 mil toneladas, 17,9% superior à do mês anterior e alta de expressivos 52,4% frente ao mesmo período de 2021.