Pelo sétimo mês consecutivo, a saca de arroz em casca se valorizou no mercado do Rio Grande do Sul. Apesar de indústrias se queixarem quanto às vendas aos setores varejista e atacadista, algumas aumentaram suas ofertas para adquirir novos lotes – especialmente na primeira quinzena do mês, devido à postura firme de orizicultores.
Em setembro, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros subiu 1,51%, fechando a R$ 45,75/sc de 50 kg no dia 28. A média mensal, de R$ 45,52/sc de 50 kg, esteve 3,1% maior que a de agosto/18 e 12,5% superior à média de setembro/17 (dados atualizados pelo IGP-DI de agosto/18).
De modo geral, indústrias estiveram voltadas para novas compras de casca, com objetivo de repor seus estoques, ora ofertando apenas valores para o arroz depositado ora também para o arroz “livre”. Isso porque, segundo indústrias consultadas pelo Cepea, o ritmo de vendas do beneficiado esteve fraco, devido à dificuldade de repasse das altas do casca.
No entanto, alguns orizicultores estiveram recuados em setembro, na expectativa de novos aumentos nos preços para as próximas semanas e também de procura de lotes para exportação. Já outros produtores disponibilizaram lotes de casca, devido à necessidade de “fazer caixa” para cumprir com pagamentos. Além disso, orizicultores estão voltados às atividades de semeio – vale ressaltar que as frequentes chuvas registradas na última semana de setembro paralisaram o plantio, cenário que preocupa agricultores quanto à possibilidade de replantio de algumas áreas.
INTERNACIONAL - Na parcial de 2018 (jan-set), a balança comercial está superavitária em 646,8 mil toneladas, frente ao déficit de 337,6 mil toneladas do mesmo período de 2017. No mês, foram exportadas 1,23 milhão de t, o dobro frente ao mesmo período de 2017 (616,7 mil t). Quanto à importação, somou 589,5 mil toneladas, queda de 38,2% se comparada ao mesmo período de 2017. Os dados são da Secex.
De acordo com dados do USDA divulgados no dia 12 de setembro, a produção mundial 2017/18 foi levantada para 491,5 milhões de toneladas, aumento de 0,96% frente à safra anterior. Esse cenário se deve ao aumento da colheita na Índia. Em relação ao consumo global, também foi revisado para cima (482,4 milhões de t), permanecendo estável frente à safra 2016/17 (+ 0,05%). Com isso, o estoque mundial bate novo recorde, indo para 145,6 milhões de t. A comercialização mundial ficou em 48,9 milhões de t, crescimento de 1,7% em comparação à safra 2016/17.
Pelo segundo mês consecutivo, todos os contratos recuaram na Bolsa de Chicago (CME/CBOT). De 31 de agosto a 28 de setembro, o vencimento Novembro/18 caiu 9,7%, fechando a US$ 9,780/quintal (hundredweight) no dia 28 (um quintal equivale a 45,36 quilos, ou seja, US$ 10,781/sc de 50 kg). O contrato Jan/19 cedeu 9,1%, passando para US$ 9,980/quintal; Mar/19, 8,4%, e Mai/19, 7,5%. O vencimento Set/18, encerrado em 14 de setembro, caiu 1,5% no mês, fechando a US$ 10,665/quintal (hundredweight) no dia 14.
Dados referentes à safra 2018/19 do USDA apontam que 65% da área semeada para o cultivo nos Estados Unidos foi colhida até 23 de setembro, pouco abaixo dos 67% do mesmo período de 2017, mas 59% acima da média dos últimos cinco anos.
Na Tailândia, pela segunda semana consecutiva (segundo relatório divulgado em 25 de setembro), os preços de exportação de arroz subiram em torno de 1%. A valorização da moeda tailandesa e a necessidade de atender o contrato de exportação com a China foram os fatores apontados no relatório do USDA.