Embora o Indicador ESALQ/SENAR-RS do arroz tenha subido pelo sétimo mês consecutivo e registrado, no dia 13 de outubro, o maior valor real da série do Cepea (considerando-se os efeitos da inflação), de R$ 106,34/sc, o mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul apresentou baixa liquidez em boa parte do mês. Esse cenário esteve atrelado ao fraco desempenho de vendas do fardo por parte de indústrias beneficiadoras. Assim, apesar do menor beneficiamento de arroz, as cotações se mantiveram firmes em outubro, com produtores disponibilizando apenas lotes pontuais e a valores elevados. A média do Indicador ESALQSENAR-RS do arroz, 58% de inteiros e pagamento à vista, foi de R$ 105,38/sc de 50 kg em outubro, 0,95% superior à de setembro/20 e expressivos 129,44% acima da de outubro/19. Em dólar, o Indicador registrou média de US$ 18,74/sc de 50 kg em outubro, 34% superior à média na Argentina (de US$ 14,00/sc de 50 kg, segundo o Ministério da Agroindústria) e 36,7% acima da média do primeiro vencimento (Nov/20) da Bolsa de Chicago (de US$ 13,71/sc de 50 kg) no mesmo mês. Ressalta-se que a Argentina e os Estados Unidos são fornecedorestradicionais de arroz ao Brasil.
Dentre os demais rendimentos acompanhados pelo Cepea, de setembro para outubro, houve avanço de 1,5% no preço do cereal de 50% a 57% de grãos inteiros, que fechou a R$ 101,78/sc no último mês. Para o de 59% a 62% de inteiros, o aumento no preço médio foi de 0,82%, a R$ 105,82/sc em outubro/20. No caso do produto de 63% a 65% de grãos inteiros, houve estabilidade (-0,01%) de setembro para outubro, a R$ 106,12/sc. Em relação aos trabalhos de campo do Sul do País, seguem em bom ritmo. Até o final de outubro, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apontou que o semeio de arroz no RS alcançou pouco mais de 70% da área estimada para a temporada (2020/21). Regionalmente, o semeio esteve mais adiantado na Zona Sul, com 97,2%, seguida pela Fronteira Oeste (79,75%), Campanha (69,02%), Planície Costeira Interna (69,07%), Depressão Central (43%) e Planície Costeira Externa (41,71%).
Em Santa Catarina, dados do dia 19 de outubro da Epagri/Cepa apontaram que o semeio de arroz estava em 87% do total estimado para este ano-safra (2020/21). O clima favoreceu as atividades, que segue em ritmo normal se comparado às safras anteriores. No estado, as estimativas iniciais indicam redução de 5,6% na produção e produtividade, em comparação à temporada passada. Em termos de preços internacionais, a FAO apontou queda de 2,7% no índice (composto por 21 preços) em outubro, a 111,6 pontos. Foram contabilizados valores menores para quase todos os fornecedores asiáticos de arroz, com exceção do Vietnã – neste país, os preços subiram, devido ao atraso na colheita por conta de frequentestempestades. Estimativas de oferta e demanda da FAO apontam que a produção mundial de arroz na safra 2020/21 deve ser de 508,7 milhões de toneladas, volume 1,48% superior à temporada anterior. O consumo, entretanto, deve aumentar na mesma proporção, atingindo 510,27 milhões de toneladas, um recorde. Os estoques devem cair 0,21% entre as duas últimas safras, somando 181,98 milhões de toneladas na 2020/21.