O mês de julho foi marcado por fraco ritmo de comercialização de arroz em casca no Rio Grande do Sul, com indústrias buscando comprar lotes a valores inferiores aos de junho para repor seus estoques, especialmente na primeira quinzena, e orizicultores vendendo apenas para “fazer caixa” e atender compromissos de safra. Em julho, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, recuou 1,27%, fechando a R$ 42,90/sc de 50 kg no dia 31. A média de julho, de R$ 43,08/sc de 50 kg, foi 2% menor que a média de junho/19 e 2,9% inferior à de julho/18 (valores atualizados pelo IGP-DI de junho/19). Na primeira quinzena de julho, indústrias estiveram cautelosas para novas aquisições de arroz em casca, devido ao fraco desempenho das vendas de beneficiado e à pressão dos setores atacadista e varejista por menores preços. Já na segunda quinzena, algumas beneficiadoras demonstraram maior interesse de compra, tanto para o arroz depositado como para o “livre” (armazenado nas propriedades rurais). Do lado vendedor, alguns produtores negociaram lotes para cumprir com os pagamentos de safra e até mesmo para efetivar a compra de insumos e sementes para a próxima temporada (2019/20). Já outros, mais capitalizados, seguraram seus lotes de casca e comercializaram outras commodities, na expectativa de aumento no preço do casca no período de entressafra.
MERCADO EXTERNO – Nos primeiros sete meses de 2019, as exportações brasileiras ficaram 21,4% maiores que as saídas do mesmo período de 2018. O volume embarcado pelo Rio Grande do Sul, estado que mais exporta arroz, caiu para 644,5 mil toneladas nesse período (82,3% do volume total brasileiro) – a menor participação desde 2006 (85,35% do total). O arroz mais vendido pelo Rio Grande do Sul foi o arroz quebrado. Quanto às importações, a quantidade importada de jan-jul/19 foi de 565,8 mil toneladas, alta de 31% frente ao mesmo período de 2018. São Paulo foi o estado brasileiro que mais importou (38,64% do volume total), seguido por Santa Catarina (29,81% do total) e Rio Grande do Sul (7,8%). Em julho, o Índice da FAO (composto por 16 preços de referência de exportação) registrou leve alta de 0,45%, indo para 223 pontos; na parcial de 2019 (dez/18-jul/19), o aumento é de 3,24%. Dentre os 14 preços de exportação divulgados, oito deles registraram queda. No continente asiático, a comercialização esteve lenta, pois agentes estiveram atentos às frequentes chuvas na região e ao fortalecimento da moeda nos principais países exportadores. Assim, entre junho/19 e julho/19, na Tailândia, o arroz 100% branco recuou 1,15%; o 100% parboilizado, 0,7%; o arroz 5% de quebrados, 1,19%; e o aromático, 1,26%. No Vietnã, o avanço lento da colheita e o rendimento satisfatório da safra verão-outono impulsionaram o arroz de 25% de quebrados em 2,6%. Nos Estados Unidos, em julho, o arroz de grão longo registrou alta de 4,2%, com o bom desempenho das exportações para o Iraque nesse período. No Brasil e Argentina, os preços de exportação permaneceram estáveis, enquanto no Uruguai houve recuo nas cotações pelo terceiro mês consecutivo, devido ao enfraquecimento das vendas.
Segundo relatório da FAO (jul/19), a produção mundial na safra 2019/20 atingirá os 516 milhões de toneladas de arroz beneficiado, queda de 0,1% frente à temporada anterior, com retração da China, Brasil e Estados Unidos. O consumo poderá atingir 518 milhões de toneladas, aumento de 1,4% na mesma comparação, puxado pelo crescimento no continente asiático e africano. Entretanto, o estoque 2019/20 foi reduzido para 179 milhões de toneladas frente à estimativa de junho, refletindo o ajuste nos estoques da Filipinas e dos Estados Unidos. No acumulado de julho, todos os contratos futuros na Bolsa de Chicago (CME/CBOT) registraram alta. Entre 28 de junho e 31 de julho, o contrato de Set/19 subiu 3,2%, fechando a US$ 11,945/quintal (um quintal equivale a 45,36 quilos, ou seja, US$ 13,167/sc de 50 kg) no dia 31 de julho; seguido pelo vencimento Nov/19, com alta de 3,1%, fechando a US$ 12,150/quintal (hundredweight). Quanto aos vencimentos de 2020, todos apresentaram alta: Janeiro (+2,9%); Março e Maio, 3,4% (cada).