Em fevereiro, setores atacadistas e varejistas dos grandes centros consumidores estiveram atentos para a chegada da nova safra, cenário que aumentou a pressão nos valores pagos pelo beneficiado brasileiro, que enfrenta concorrência com o arroz importado.
Do lado produtor, alguns orizicultores disponibilizaram lotes da temporada anterior e da atual, devido à necessidade de “fazer caixa”. Outros, por sua vez, com a colheita desta temporada ainda no início e sem produto da safra 2016/17 estiveram fora de mercado.
Nesse cenário, o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS caiu 2,15%. A média de fevereiro, de R$ 35,40/sc, está 3,7% inferior à média de janeiro/18 e 27,6% menor que a de fevereiro/17 (dados atualizados pelo IGP-DI de jan/18).
Dados da Emater/RS divulgados em 1º de março apontam que a colheita atinge 5% da área semeada. Entretanto, em algumas áreas, como Itaqui, as atividades chegam aos 10%. Quanto ao desenvolvimento, 15% da área está em estágio de maturação.
Segundo estimativas da Conab, a colheita brasileira da safra 2017/18 deve se reduzir, enquanto as exportações devem aumentar. Quanto à importação, prevista em 1 milhão de toneladas, e o alto estoque inicial, de 1,45 milhão de toneladas, podem pressionar os valores pagos ao produtor, especialmente em março e abril, períodos que se concentram a colheita.
Já o Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz) divulgou no último dia 2 que a colheita no RS está em apenas 2,8% da área semeada, de 1,078 milhão de hectares. Em primeiro lugar está a Fronteira Oeste, com 4,7% da área semeada, de 319,2 mil hectares; seguida pela Planície Costeira Externa, com 3,2% (área total de 133,7 mil hectares). Por último está a Zona Sul, com 0,7% do total (172,5 mil hectares).
MERCADO EXTERNO – Em alta desde dez/16, o Índice da FAO (composto por 16 preços de referência de exportação) subiu 1,78% de janeiro para fevereiro – na parcial de 2018 (até fevereiro), o aumento é de 4,09%. Em fevereiro, a sustentação de 3,65% frente a janeiro/18 do arroz aromático se deve à boa demanda iraniana e à baixa disponibilidade na Tailândia. O arroz Indica de menor qualidade se valorizou 1,93%, enquanto o de maior qualidade permaneceu estável. O valor do arroz japônica subiu 1,16% de janeiro para fevereiro.