Com o avanço da colheita da nova safra de arroz no Rio Grande do Sul, tem se verificado certa ampliação na disparidade entre os valores de compra e os de venda do cereal. Segundo pesquisadores do Cepea, compradores esperam que a nova safra tenha maior oferta e preços abaixo do registrado em meses anteriores. Já vendedores ainda seguem receosos quanto à qualidade e ao tamanho da nova safra. Vale lembrar que houve falta de chuva nos momentos de semeio/germinação e precipitações fortes no período de maturação/enchimento de grãos. Em meio à “queda de braço” entre as partes, as cotações médias seguem pressionadas. Nessa quarta-feira, 17, o Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS (58% grãos inteiros, com pagamento à vista) fechou a R$ 87,59/sc de 50 kg, queda de 1,78% na parcial de fevereiro.
TRIGO: BAIXA OFERTA SUSTENTA PREÇO
Os preços do trigo em grão permanecem firmes no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda pelo cereal está menor, mas a baixa disponibilidade interna dá suporte aos valores. Representantes dos moinhos indicam aumento nos estoques de produto acabado e dificuldades no repasse dos custos maiores da matéria-prima. Quanto à próxima safra, apesar de ainda ser cedo, colaboradores do Cepea têm expectativa de aumento na área, especialmente em propriedades que não conseguirem cultivar milho de segunda safra no período ideal. Dados divulgados na semana passada pela Conab indicam que a área nacional de trigo deve crescer 2,1% neste ano. A produtividade nacional foi estimada para aumentar 1,1% frente à da temporada anterior, resultando em produção 3,3% maior.
ALGODÃO: PREÇO INTERNO SEGUE RENOVANDO RECORDES NOMINAIS
Os valores internos do algodão em pluma seguem em alta e renovando, portanto, as máximas nominais da série histórica do Cepea, iniciada em julho de 1996. De acordo com pesquisadores do Cepea, a sustentação vem da alta nos valores internacionais e do bom ritmo das exportações brasileiras da pluma. Além disso, incertezas sobre o tamanho da nova safra e o fato de um bom volume dessa próxima temporada já estar comprometido também afastam vendedores e reforçam o movimento de elevação nos preços internos. Do lado comprador, agentes estão preocupados com o repasse dos custos aos elos a jusante da cadeia têxtil e, com isso, buscam ampliar o prazo para pagamento.
ETANOL: INDICADOR DO HIDRATADO SOBE PELA 8ª SEMANA SEGUIDA
Os preços do etanol hidratado estão em alta no mercado paulista desde o encerramento de dezembro de 2020. Entre 8 e 12 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado (preço ao produtor) fechou a R$ 2,2474/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), elevação de 5,41% em relação ao da semana anterior e a oitava semana seguida de avanço. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação tem vindo da volta gradativa da demanda. Distribuidoras seguem adquirindo volumes expressivos, visando abastecer especialmente o mercado paulista. Pesquisadores do Cepea ressaltam que a expectativa de atraso do início da moagem da próxima temporada tem feito alguns compradores anteciparem as aquisições, na tentativa de se precaver de novas altas até a entrada de produto novo no mercado.