Após sete meses em alta, em outubro, o Indicador ESALQ/SENARRS, 58% grãos inteiros, registrou queda de 5,22%, fechando a R$ 43,37/sc de 50 kg no dia 31. A média de outubro/18, de R$ 44,74/sc de 50 kg, está 1,7% menor que a média de setembro/18, mas ainda 11,4% superior à média de outubro/17 (dados atualizados pelo IGP-DI de out/18).
Ao longo do mês, indústrias se mantiveram cautelosas para novas aquisições, reduzindo suas ofertas a cada semana, priorizando o arroz depositado em seus armazéns, em busca de repor seus estoques. Já outras beneficiadoras não demonstraram interesse de compra em boa parte do mês. Esse cenário, segundo indústrias consultadas pelo Cepea, se deve ao baixo volume de casca e ao fraco preço de venda do fardo aos setores varejista e atacadista dos grandes centros consumidores.
Do lado produtor, orizicultores com necessidade de “fazer caixa” estiveram ativos nas negociações, principalmente na segunda quinzena do mês. Além disso, agricultores aproveitaram o clima favorável para avançar com as atividades de semeio da safra 2018/19. Por outro lado, nas duas primeiras semanas de outubro, as frequentes chuvas ocorridas em boa parte do estado dificultaram o carregamento do grão e o avanço do plantio. Assim, produtores mais capitalizados estiveram fora de mercado nesse período.
Segundo relatório do Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), divulgado em 2 de novembro, o semeio do arroz no Rio Grande do Sul atingiu os 70,63% da área estimada para a safra 2018/19. Na Fronteira Oeste, a mais adianta, o plantio chegou em 86,66% da área esperada para a região. Em seguida, na Zona Sul, o semeio está em 85,7%. A região da Campanha está com 72,94% da área semeada e na Planície Costeira Interna, 65,82%. Na Planície Costeira Externa, por sua vez, o semeio atinge 50,47% e, por último, na Depressão Central, 41,2%.
O primeiro levantamento da safra 2018/19 da Conab, divulgado em 11 de outubro, indica redução na produção brasileira entre de 1,7% e 8,4% frente à temporada anterior, com colheita variando de 11,04 a 11,8 milhões de toneladas. Quanto à área semeada, é prevista oscilação entre 0,2% e queda de 6,4%. A produtividade média poderá ficar em 5.989 kg/ha, retração de 2,1% frente à safra 2017/18. No Rio Grande do Sul, o maior produtor brasileiro, a colheita pode ser menor de 0,9% a 8,6% quando comparação à safra anterior, oscilando entre 7,7 a 8,4 milhões de toneladas.
INTERNACIONAL - Em outubro, todos os contratos na Bolsa de Chicago (CME/CBOT) registraram alta. De 28 de setembro a 31 de outubro, o contrato Novembro/18 subiu 8,2%, fechando a US$ 10,580/quintal (hundredweight) no dia 31 (um quintal equivale a 45,36 quilos, ou seja, US$ 11,662/sc de 50 kg). O contrato Jan/19 registrou alta de 5,8%, passando para US$ 10,555/quintal; Mar/19, de 5,8% (US$ 10,735/quintal), e Mai/19, de 5,8% (US$ 10,875/quintal).
Em outubro/18, o Índice da FAO (composto por 16 preços de referência de exportação) registrou queda pelo quarto mês consecutivo, de 1,8% frente a setembro/18. Na parcial de 2018 (jan-out), o recuo é de 0,91%. Entretanto, a média deste ano está 11% maior que a média do mesmo período de 2017, principalmente devido à boa demanda asiática no primeiro semestre. Com o avanço na colheita e as desvalorizações cambiais na Índia e Paquistão, a pressão veio do arroz aromático e japônico, que caíram 4,2% e 2,7%, respectivamente. O arroz indica de alta e de baixa qualidades permaneceram ocupados.