Ajustando algumas informações sobre o arcabouço fiscal, ficamos com as seguintes versões:
O aumento das despesas será limitado a 70% do avanço das receitas ano vigente, evitando superestimação de receitas, como ocorre na LRF e no caso de frustração de receitas, o governo precisará cumprir a meta de superavit primário do orçamento e as despesas serão limitadas a 50% no ano consecutivo.
No caso de aumento da arrecadação acima das projeções, o diferencial entraria nas receitas primárias do governo, mas não permitiram aumentos de despesas correntes, sendo voltadas ao investimento, um pretenso “colchão de liquidez” na linha anticíclica e educação continuariam com despesas obrigatória fora do teto.
O resultado primário terá bandas percentuais de 25 bp do PIB e com meta de redução para -0,5% do PIB este ano (ainda estimamos -0,95%), ou seja, pode chegar a -0,75%, ou, numa melhora espetacular, atingir -0,25%, mas como os gastos continuariam constantes, a dívida bruta permaneceria em 77%, acima dos 75% projetados, em torno de R$ 7,8 tri.
Para os anos seguintes, o governo promete zerar o déficit primário em 2024 e elevá-lo a 0,5% do PIB em 2025, uma premissa no mínimo ousada, dados os desafios impostos pelo cenário econômico local e internacional, mas ainda assim, tal situação é dado como o lado positivo da reforma, pois traz a tão demandada previsibilidade, evitando um temido expediente de gastos sem limites.
Aí temos os problemas, pois para sustentar tal cenário, há um choque de realidade na concretização entre a realidade do crescimento da arrecadação neste ano, da inflação e das pretensões com este plano, pois para melhorar o fiscal dos -1% para -0,5% (ou -0,75%) só há o caminho da contenção de gastos e um ajuste fiscal, coisa que parece não estar no radar do governo e se obtiver sucesso, a inflação será menor e portanto, reduzirá automaticamente parte da receita, pois os instrumentos não seriam de estímulo.
Outro caso seria elevação de impostos, o que não está na mesa em meio à reforma tributária e seu quase impossível 20 anos de transição, que deve ser compensada por um processo acelerado de reoneração de diversos setores, freando parte da economia.
O problema do plano é exatamente partir de premissas ousadas de superavit, ao mesmo tempo em que exige gastos e investimentos constantes, chocando tal premissas com o trabalho do Banco Central, que pode cortar os juros com fiscal ajustado, mas eleva com atividade econômica se aquecendo.
Antes de passar pelo congresso, leva nota 5,8.
Atenção hoje para os dados do PCE nos EUA, após uma piora da revisão do dado trimestral ontem e o mercado de trabalho ainda aquecido; inflação pior na Alemanha não afetou o índice da Zona do Euro mais baixo e; na China, os PMIs superaram as expectativas, assim como os dados de atividade econômica no Japão.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pela divulgação dos dados do PIB americano e pedidos de auxílio desemprego.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com exceção do Nikkei, seguindo o alívio do sistema bancário global.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro e prata.
O petróleo cai em Londres e sobe em Nova York, com investidores observando o risco da oferta iraquiana. O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,16%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0943 / -0,80 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / -0,193%
Dólar / Yen : ¥ 133,40 / 0,528%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / -0,145%
Dólar Fut. (1 m) : 5098,00 / -1,08 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,15 % aa (-0,57%)
DI - Janeiro 25: 11,95 % aa (-1,75%)
DI - Janeiro 26: 11,90 % aa (-1,90%)
DI - Janeiro 27: 12,09 % aa (-1,70%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,8871% / 103.714 pontos
Dow Jones: 0,4323% / 32.859 pontos
Nasdaq: 0,7314% / 12.013 pontos
Nikkei: 0,93% / 28.041 pontos
Hang Seng: 0,45% / 20.400 pontos
ASX 200: 0,78% / 7.178 pontos
ABERTURA
DAX: 0,421% / 15587,96 pontos
CAC 40: 0,543% / 7302,80 pontos
FTSE: 0,243% / 7638,92 pontos
Ibov. Fut.: 1,86% / 104450,00 pontos
S&P Fut.: 0,15% / 4086 pontos
Nasdaq Fut.: -0,023% / 13074,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,02% / 104,37 ptos
Petróleo WTI: 0,30% / $74,59
Petróleo Brent: -0,03% / $79,25
Ouro: -0,10% / $1.979,53
Minério de Ferro: -0,06% / $125,25
Soja: -0,07% / $1.476,50
Milho: -0,04% / $649,75
Café: 0,18% / $170,40
Açúcar: -0,23% / $21,92