Ontem, a forte correção no mercado de câmbio fez o dólar cair 1,45% e fechar o dia cotado a R$ 5,3443 na venda. Países ligados a commodities, como nós, tiveram melhor desempenho.
Essa queda, além do ajuste após altas seguidas, também pode ter sido devido à percepção do comprometimento das autoridades do Federal Reserve, que estão atentas aos riscos que seu ciclo de aperto monetário pode representar ao crescimento econômico.
A ata do Fed não mencionou o risco de recessão, e por isso foi vista de forma positiva, ainda que tal possibilidade siga sobre a mesa diante do que o Fed ainda deve fazer com o juro para desacelerar a inflação. O que me deixa desconfiada é que os mesmos dirigentes do Fed, que falavam em aumentar juros em detrimento até de causar uma recessão, são os que agora falam que a coisa não será tão feia assim. E sinalizam aumentar menos os juros após julho. Se nem eles sabem, imaginem nós.
Hoje as atenções devem recair sobre a divulgação de um importante relatório de emprego dos EUA.
Por aqui, continua no radar a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece um estado de emergência para justificar a criação de novos benefícios e é vista pelo mercado como estratégia para burlar o teto de gastos. Em meio ao pessimismo sobre o que essas ações podem representar para a saúde das contas públicas, uma medida do risco do Brasil rondava máximas desde maio de 2020, acima de 300 pontos-base.
Pois é, amigos, nada mudou para tanta oscilação. Foi fluxo mesmo, e continua valendo a máxima de que contra fluxos, para lá ou para cá, não há argumentos que vençam. No mercado de câmbio a volatilidade deve continuar.
Aqui no Brasil, quando commodities valorizam o real vai junto. Afinal, somos exportadores. Mas tomem cuidado com posições compradas ou vendidas, porque muita água vai rolar até as eleições e ainda está ocorrendo a guerra na Ucrânia e surtos de Covid. Portanto, cautela é a nossa “máxima”.
Hoje sai o IPCA por aqui e nos EUA o payroll (relatório de empregos não-agrícolas).
Excelente final de semana a todos.