Elevados os juros nos EUA, com a contratação de uma taxa terminal de 4,25% aa, o que pode ocorrer já no início de 2023, restando 100 bp de altas a serem divididos nas próximas reuniões, com o Fed demonstrando as mais diferentes preocupações na economia, desde as condições do mercado de trabalho, até a inflação.
O sinal que o FOMC emitiu não é dos melhores para alguns setores, em meio aos desafios de se ancorar as expectativas de inflação, mas principalmente, evitar que a taxa nos níveis atuais passe por uma “normalização”, ou seja, se torne algo intrínseco à economia, sendo difícil de se reverter no futuro.
Conseguir separar a inflação do conjunto econômico, ou seja, “denormaliza-la”, foi o trabalho de sucesso feito no plano Real no Brasil, que não foi mais exitoso, pois após um processo intenso de desindexação da economia, as exigências dos contratos de privatização trouxeram-na de volta.
De qualquer modo, para evitar os riscos inflacionários, o Fed pode adotar uma postura em que aceita o avanço a um processo recessivo, de forma a ancorar as expectativas de longo prazo, afetando a atividade econômica como um todo.
Localmente, ainda que novamente de maneira enigmática, o COPOM emitiu um sinal que consideramos duro, porém correto ao mercado financeiro, o qual tentava na verdade provocar um início antecipado do afrouxamento monetário, ao precificar cortes de juros antes do primeiro trimestre.
Este cenário não somente seria incompatível com a percepção dos efeitos defasados da política monetária, como também com as projeções de inflação, especialmente em 2024.
Deste modo, os dois votos favoráveis à uma elevação de 25 bp não foram um “dedo no gatilho” do Bacen para uma possível elevação, “caso necessário” e sim o recado de que a taxa não volta a cair tão cedo e portanto, que o mercado ajuste suas posições, mais compatíveis com os sinais que a inflação e a defasagem emitem.
Se permanecer no atual ritmo, nossa expectativa é de que a inflação colecione uma variação negativa de ao menos -0,14% em setembro no IPCA e o ano termine mais próximo de 5% e 6%, do que dos 7% preconizado por parte dos analistas até recentemente.
No Japão, o BoJ manteve os juros inalterados, sem surpresas e Masato Kanda, responsável pela política cambial confirmou a intervenção e defesa da moeda, de forma preservar a política monetária atual de juros estáveis.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pela decisão de política monetária do Banco da Inglaterra.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após a manutenção dos juros no Japão e o sinal hawkish emitido pelo Fed.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto ouro e platina.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, onde os temores de recessão ultrapassam os de problemas de oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,07%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1728 / 0,58 %
Euro / Dólar : US$ 0,99 / 0,305%
Dólar / Yen : ¥ 142,88 / -0,833%
Libra / Dólar : US$ 1,13 / 0,355%
Dólar Fut. (1 m) : 5149,27 / -0,22 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,75 % aa (-0,40%)
DI - Janeiro 24: 13,09 % aa (-1,17%)
DI - Janeiro 26: 11,41 % aa (-2,06%)
DI - Janeiro 27: 11,37 % aa (-1,73%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,5164% / 111.936 pontos
Dow Jones: -1,7014% / 30.184 pontos
Nasdaq: -1,7931% / 11.220 pontos
Nikkei: -0,58% / 27.154 pontos
Hang Seng: -1,61% / 18.148 pontos
ASX 200: -1,56% / 6.700 pontos
ABERTURA
DAX: -0,580% / 12693,08 pontos
CAC 40: -0,769% / 5984,94 pontos
FTSE: -0,360% / 7211,62 pontos
Ibov. Fut.: -0,66% / 112600,00 pontos
S&P Fut.: -0,09% / 3803 pontos
Nasdaq Fut.: -0,179% / 11687,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,22% / 117,25 ptos
Petróleo WTI: 0,42% / $83,29
Petróleo Brent: 0,39% / $90,18
Ouro: -0,40% / $1.667,02
Minério de Ferro: 2,86% / $98,40
Soja: 0,56% / $1.470,50
Milho: 0,29% / $687,75
Café: -0,54% / $220,10
Açúcar: 0,38% / $18,29