Publicado originalmente em inglês em 30/07/2020
- Resultados do 3T20 serão divulgados na quinta-feira, 30 de julho, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$ 51,77 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$ 2,02.
Quando a Apple (NASDAQ:AAPL) divulgar seu balaço do 3º tri fiscal de 2020 no fim do dia de hoje, os investidores buscarão uma justificativa para o rali de 70% nas ações da companhia desde a mínima de março. A velocidade e a magnitude desse repique sugere que a fabricante do iPhone não irá decepcionar seus acionistas.
A empresa sediada em Cupertino, Califórnia, está bem posicionada para resistir à desaceleração desencadeada pela pandemia, graças à sua unidade de serviços, acessórios (wearables) e seu programa de recompra de ações.
Embora as vendas de iPhone tenham sido impactadas pelo fechamento das suas 450 lojas em todo o mundo durante os confinamentos, os segmentos de serviços e wearables acabaram fazendo a diferença nos resultados da companhia.
Essas divisões, que incluem as vendas da App Store e os fones de ouvido sem fio AirPods, dispararam 18% para US$ 19,63 bilhões no balanço anterior. Ao mesmo tempo, as vendas de produtos tradicionais – iPhone, iPad e Mac – caíram cerca de 7%.
Além do forte impulso as unidades de serviço da companhia, os investidores também esperam que a Apple continue promovendo a inovação com novas formas de usar hardware e software de tecnologia, a fim de aumentar as vendas assim que a pandemia for contida.
Novos serviços e design
No mês passado, a Apple apresentou um conjunto de adições de software à sua família de aparelhos, incluindo as mudanças mais drásticas na tela inicial do iPhone desde o lançamento do produto em 2007. Os usuários poderão adicionar widgets entre a grade normal de aplicativos, os quais podem ser configurados em diferentes tamanhos e apresentar informações como clima e calendário com atualização durante o dia. O Apple Watch terá ferramentas de rastreamento de sono e detecção de higienização das mãos.
Entre as mudanças, a mais empolgante foi a decisão da Apple de vender os computadores Mac com processadores desenvolvidos internamente, em substituição aos chips da Intel (NASDAQ:INTC). Os primeiros Macs com os processadores da própria Apple estarão disponíveis até o fim do ano.
Para os usuários, isso significa que as futuras unidades do Mac serão muito mais parecidas com o iPhone ou o iPad. A duração da sua bateria deve ser maior, assim como o desempenho. Além disso, a nova versão do Mac poderá rodar os aplicativos do iPhone e iPad de forma nativa.
Com mais inovações no futuro em foco, é provável que os investidores ignorem a possível fraqueza nas vendas de iPhones e Apple Watch, devido aos lockdowns e fechamentos temporários de lojas.
A empresa também prevê que as vendas de seus serviços de internet, bem como computadores Mac e iPads, registrem crescimento, na medida em que um grande número de pessoas continua confinado em casa.
Mesmo assim, os investidores não podem perder de vista os possíveis riscos capazes de prejudicar o crescimento de médio prazo da Apple, principalmente quando a economia global ainda está em recessão e a pandemia de covid-19 segue se espalhando.
É bom ficar de olho se os usuários estão permanecendo com seus telefones por mais tempo ou querem atualizar seus aparelhos mesmo em um ambiente econômico tão adverso. Ao anunciar seus resultados do primeiro trimestre em abril, a Apple não fez projeções pela primeira vez em mais de uma década, em razão dos transtornos causados pela pandemia.
Resumo
Há uma boa chance de que o balanço do 3T fiscal possa desapontar os investidores da Apple em razão das dificuldades que a companhia enfrenta no atual cenário de incerteza econômica. Mas qualquer queda nos papéis da Apple, em nossa visão, deve ser considerada como uma oportunidade de compra, graças à forte marca global da companhia, posição de caixa e seu ímpeto de diversificação de receitas.