A Apple está investindo milhões de dólares em projetos de desenvolvimento de modelos de inteligência artificial (IA), a fim de competir com a OpenAI, empresa investida pela Microsoft.
A gigante californiana está alocando recursos significativos em IA, financiando vários projetos de desenvolvimento de modelos da tecnologia conduzidos por equipes multidisciplinares. A companhia pretende posicionar essas ferramentas para competir com outros modelos de IA de ponta, como os da OpenAI e do Google.
A controversa unidade de IA da Apple
De acordo com o portal The Information, a divisão de IA conversacional da Apple, chamada “Modelos Fundamentais”, é composta por cerca de dezesseis membros, incluindo engenheiros que trabalharam anteriormente no Google. Liderada por John Giannandrea, diretor de IA da Apple, essa equipe visa melhorar a assistente virtual Siri e explorar as capacidades dos modelos de linguagem de IA.
Além da equipe dos Modelos Fundamentais, a Apple possui outros grupos dedicados à pesquisa em IA. Uma dessas equipes, a divisão de Inteligência Visual, foca no desenvolvimento de um modelo de geração de imagens, enquanto outro grupo trabalha em “IA multimodal”, que é capaz de reconhecer e gerar imagens, vídeos e texto.
Os modelos de IA desenvolvidos pela Apple têm diversas aplicações planejadas, como o desenvolvimento de um chatbot para interagir com os clientes através do AppleCare e a melhoria da capacidade da Siri em automatizar tarefas complexas de forma eficiente.
Os envolvidos em sua criação afirmam que a ferramenta supera o GPT-3.5 da OpenAI, que serviu de base para a versão inicial do ChatGPT lançada no ano passado.
Apple quer ser a melhor
O CEO da Apple, Tim Cook, destaca a importância do timing ao introduzir produtos inovadores. Durante uma aparição pública, Cook citou o exemplo da Microsoft como uma empresa que entrou cedo no mercado de tablets, mas não obteve sucesso imediato. Ele argumentou que ser o pioneiro não garante o sucesso.
Cook sugeriu que empreendedores se concentrem em um dos três objetivos: ser o melhor, ser o primeiro ou extrair o máximo de um produto específico.
A estratégia da Apple está alinhada com a filosofia de Cook, pois a empresa busca entregar produtos excepcionais em vez de ser a primeira em todas as categorias.
“Você nunca deve basear o sucesso ou o fracasso em alcançar todos os três, na minha opinião. Portanto, como empreendedor, eu o encorajaria a escolher um objetivo e buscar com afinco, independentemente do que seja.”
“Não nos incomoda sermos o segundo, terceiro, quarto ou quinto, desde que continuemos sendo os melhores. Não nos sentimos envergonhados porque demoramos mais para acertar”, acrescentou. “Para a Apple, ser a melhor é o mais importante e supera amplamente os outros dois objetivos.”
Ações da Apple caem em meio a rumores de proibição na China
Na quarta-feira, as ações da Apple recuaram após rumores de que a China havia proibido os funcionários do governo de utilizarem iPhones para fins de trabalho. Essa medida faz parte dos esforços de Pequim no sentido de reduzir a dependência a tecnologias estrangeiras e fortalecer a segurança cibernética.
O Wall Street Journal foi o primeiro a noticiar a proibição, citando fontes com conhecimento do assunto. O relatório afirmou que o presidente chinês, Xi Jinping, tem como objetivo reduzir a dependência do país em relação à tecnologia estrangeira, especialmente em meio às crescentes tensões geopolíticas com os Estados Unidos.
A China é um mercado fundamental para a Apple, uma vez que seus dispositivos são amplamente populares tanto entre consumidores privados quanto entre funcionários do governo. Além de ser um mercado consumidor significativo, o país asiático também tem um papel crucial como um importante centro de fabricação para a gigante da tecnologia.
A Apple depende de uma extensa rede de fabricantes contratados e fornecedores, empregando milhões de pessoas na China para a produção de iPhones e outros produtos principais. A empresa gera cerca de um quinto de sua receita no país, com vendas totalizando US$ 15,76 bilhões no trimestre encerrado em 1º de julho, representando um aumento de 8% em relação ao ano anterior, conforme informações recentes.
A notícia da proibição na China impactou bastante o preço das ações da Apple, que caiu mais de 4% na quarta-feira. No pregão desta sexta-feira, 8, em Nova York, os papéis da companhia subiam quase 1% no fim da manhã.