- Resultados do 1T2022 fiscal serão divulgados na quinta-feira, 27 de janeiro, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$118,68 bilhões;
- Expectativa de lucro por ação: US$1,89.
Quando a Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34)divulgar seus resultados no fim do dia de hoje, precisará mostrar que os problemas da cadeia de fornecimento responsáveis por reduzir sua capacidade de vender hardware estão diminuindo. Do contrário, será difícil para a empresa mais valiosa do planeta evitar uma derrapada em suas ações e provar aos investidores que seus múltiplos ainda estão em níveis razoáveis.
Em linha com o mercado mais amplo, as ações da Apple caíram nas últimas semanas. Depois de atingir a máxima recorde de US$182,94 no início de janeiro, a fabricante do iPhone se desvalorizou cerca de 12%, fechando a US$159,69 por ação na quarta-feira.
Em outubro, durante a divulgação do último balanço da companhia, o CEO Tim Cook alertou que a escassez de semicondutores estava afetando a produção de praticamente todos os produtos da empresa, sediada em Cupertino, Califórnia, mesmo com uma demanda robusta.
Além disso, Cook ressaltou que a escassez, bem como as restrições da Covid-19, atrasaram as remessas de iPhones e outros dispositivos populares, gerando uma perda de cerca de US$6 bilhões em vendas potenciais.
Vendas recordes nas festas de fim de ano
Apesar dos obstáculos na cadeia de fornecimento, a Apple ainda deve registrar vendas recordes nas festas de fim de ano, com os analistas projetando um aumento de 6%, para US$118,68 bilhões, nos três meses finais do último ano calendário.
Mas há certo consenso de que não será um trimestre fabuloso, como a Apple havia inicialmente previsto. A escassez de materiais e atrasos nas entregas frustraram muitos consumidores. E, diante dos reveses da inflação e da variante ômicron, o sentimento dos consumidores também pode recuar.
De acordo com a Bloomberg, a Apple disse aos seus fornecedores, no mês passado, que a demanda pelo iPhone estava diminuindo.
Acreditamos, entretanto, que esses desafios são de caráter momentâneo e não conseguem esconder o fato de que a Apple entrou em outro superciclo de crescimento, impulsionado por seus últimos modelos do iPhone e a disparada da demanda por seus wearables, demais aparelhos e serviços.
Talvez essa seja a razão pela qual a maioria dos 41 analistas pesquisados pelo Investing.com esteja recomendando a compra da ação da Apple. Seu preço-alvo consensual de cerca de US$175 implica um potencial de alta de 9,66%.
Gráfico: Investing.com
Entretanto, em nota recente, analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) disseram que as ações da AAPL não estão baratas em relação aos resultados. Mesmo assim, a perspectiva positiva da companhia para 2022 deve manter os investidores satisfeitos, principalmente no segundo trimestre fiscal, quando as vendas do iPhone podem alcançar US$49,2 bilhões.
A nota disse o seguinte:
“Acreditamos que os investidores continuarão justificando os prêmios de 30x sobre seus múltiplos de lucro, diante da expectativa de mais atualizações nos resultados, o que deve impulsionar as ações, além de um resultado positivo gerado por uma combinação entre um balanço levemente acima das expectativas no primeiro trimestre fiscal e melhores projeções”.
Conclusão
Embora a Apple possa decepcionar alguns acionistas por não produzir um trimestre fantástico, devido aos desarranjos na cadeia de fornecimento e à disseminação da variante ômicron, acreditamos que qualquer fraqueza após o balanço seja uma oportunidade de compra para investidores de longo prazo, em vista da enorme demanda reprimida por seus produtos e serviços.