Analistas do KeyBanc Capital Markets rebaixaram as ações da Apple (NASDAQ:AAPL), citando preocupações cada vez maiores com o valuation e a perspectiva de vendas da companhia.
No pregão de quinta-feira, 5, em Nova York, os papéis da gigante da tecnologia fecharam cotados em US$ 174,91, uma alta de 0,72% em relação ao fechamento da sessão anterior.
O KeyBanc ajustou a classificação das ações da companhia de “overweight” (acima da média) para “sector weight” (na média do setor), citando como principal razão para esse rebaixamento o atual valuation da Apple. A companhia está sendo negociada a 26,3x os lucros esperados para o próximo ano, uma cifra acima da média histórica de 23,5. Além disso, os analistas mencionaram que o valor de mercado da empresa pode ser considerado "premium” se comparado com o índice Nasdaq de tecnologia.
Os estrategistas da empresa preveem ainda obstáculos nas vendas da Apple, com base em uma análise que engloba cerca de 1,8 milhão de titulares de cartões do KeyBanc nos EUA. A pesquisa apontou baixas taxas de atualização de iPhones no país e ofertas iniciais não tão atrativas. Globalmente, as perspectivas de vendas também não são otimistas, e as previsões de Wall Street para os lucros e receitas da Apple parecem estar esticadas.
Em sua análise, o KeyBanc destacou:
"O crescimento na base de usuários é crucial, mais do que o volume de vendas. Entretanto, vemos obstáculos de curto prazo, devido à ausência de eventos importantes, levando a um perfil de risco/retorno mais equilibrado".
No acumulado do ano, as ações da Apple acumulam uma alta de 38%, atingindo a marca de US$ 2,7 trilhões. Apesar de ter ultrapassado os US$ 3 trilhões anteriormente, a companhia acabou sofrendo uma correção.
Essa ascensão é parte de uma tendência mais ampla no setor de tecnologia, impulsionada pela inteligência artificial (IA). Contudo, enquanto empresas como Microsoft (NASDAQ:MSFT), Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e Meta (NASDAQ:META) têm direcionado esforços para esse tipo de tecnologia, a Apple se manteve mais reservada sobre o assunto.
Ainda assim, desde 2017, a companhia se destaca em aquisições no setor de IA e Machine Learning, de acordo com dados da PitchBook, e investe fortemente no desenvolvimento de modelos competitivos de IA, a fim de competir com as ofertas da OpenAI e da Alphabet.