Decidi abordar um assunto que está pouco em pauta atualmente, mas que trata diretamente do futuro financeiro de você leitor, que é nosso atual Sistema Previdenciário. Assim trago um alerta, com alguns dados informativos, de modo a embasar a necessidade de pensarmos em nosso futuro financeiro e iniciar, ainda que tardio, um processo de criação de riqueza, que nos traga alento econômico quando chegarmos a esta etapa da vida.
A Previdência Social no Brasil tem sido alvo constantes de discussões sobre sua sustentabilidade financeira e fica fácil perceber que se trata de um sistema insustentável da forma como está.
O Envelhecimento da População é o primeiro, dentre outros fatores, que contribuem para essa percepção. Com a expectativa de vida aumentando e a taxa de natalidade diminuindo haverá mais beneficiários do sistema previdenciário em relação ao número de contribuintes ativos. Em 1960, a expectativa de vida ao nascer era de cerca de 54 anos; já em 2023, saltou para 77 anos. Já a taxa de natalidade brasileira caiu de 2,9 filhos por mulher em 1960, para 1,65 filhos por mulher em 2023. Segundo o IBGE, fonte dos dados, a taxa de natalidade considerada para reposição é de 2,1 filhos por mulher.
O aumento da longevidade, que significa que os aposentados brasileiros estão vivendo mais, deve também ser considerado um fator, uma vez que aumenta os gastos com benefícios já concedidos.
Não bastasse a redução no número de contribuintes e o aumento da longevidade, a alta informalidade no mercado de trabalho brasileiro e a evasão de contribuições previdenciárias na atualidade, corroboram com a redução das receitas do sistema, tornando ainda mais difícil sustentar os benefícios. Em 1980, a relação entre pessoas em idade ativa (15-64 anos) e idosos (65 anos ou mais) era de aproximadamente 10,8 pessoas em idade ativa para cada idoso. Projeções para 2050 indicam que essa relação pode cair para cerca de 2,2 pessoas em idade ativa para cada idoso.
De volta para o presente, em analogia reversa ao filme de sucesso dos anos 1980, de acordo com o Ministério da Economia, o déficit previdenciário brasileiro em 2022 foi de R$ 270 bilhões, o que representa 2,73% do PIB. Este é o maior déficit da história do país e o maior do mundo, em relação ao PIB.
A crise econômica brasileira de 2014-2016 contribuiu para o déficit previdenciário brasileiro de várias maneiras. Em primeiro lugar, a crise levou a uma queda na arrecadação de contribuições previdenciárias. Em segundo, a crise levou a um aumento no desemprego, o que também reduziu a arrecadação de contribuições, e em terceiro lugar, a crise levou a um aumento na pobreza, o que também contribuiu para o aumento dos gastos com benefícios previdenciários. O COVID-19, também contribuiu de forma significativa com o déficit.
O déficit previdenciário é um problema sério que precisa ser enfrentado. Caso não sejam tomadas medidas para corrigir o problema, o sistema poderá entrar em colapso, com graves consequências para a economia e a sociedade brasileira.
A verdade é que a Previdência Social, da forma como está, se torna uma ilusão. Confiar exclusivamente nesse sistema para garantir nosso futuro financeiro é uma aposta arriscada.
Diante deste cenário, é fundamental que comecemos a buscar alternativas para garantir um futuro financeiro seguro e a criação de riqueza, como por exemplo, aprender a gerir nosso dinheiro buscando ajuda profissional, realizar investimentos em ativos e diversificar carteiras, inclusive buscando opções no exterior, aportes em previdência privada entre outras fontes. A confiança cega na Previdência Social deve ser substituída pela responsabilidade financeira pessoal. O futuro está em nossas mãos, e é hora de agir.