O nosso índice futuro fechou essa semana em recuperação (+3,6%), depois de uma semana anterior duríssima, com as prisões do ex-presidente Michel Temer e troca de farpas bastante ríspidas entre o presidente da república Jair Bolsonaro e o presidente da câmara dos deputados Rodrigo Maia.
Na 3af, já no final do dia, a câmara dos deputados em resposta à postura do nosso presidente (que vem acusando os mesmos de pedirem cargos em troca de votos), aprovou em votação relâmpago um projeto que estava enterrado desde 2015 em forma de proposta de emenda constitucional (PEC), que reduz de forma significativa o poder de remanejo (alocação) do orçamento pelo poder executivo (esta PEC ainda precisa ser aprovada pelo senado). Com uma votação bomba dessa, a 4af foi um dia de queda bem aguda, que se acentuou mais ainda durante a fala do Ministro da Fazenda Paulo Guedes para o Senado. Já no dia seguinte com a declaração de Jair Bolsonaro que o conflito com Rodrigo Maia era página virada, o IBOV futuro recuperou todos os mais de 4 mil pontos que havia perdido no dia anterior.
Há neste momento um clima muito mais ameno em Brasília (o que não significa ainda o ambiente está calmo). Mesmo com o nosso presidente insistindo em dar ênfase em assuntos de menos importância, como uma possível celebração do golpe militar de 1964, e ainda com uma possível aprovação da PEC mencionada acima pelo senado, o aparente protagonismo do ministro Paulo Guedes no que diz respeito à articulção da reforma da previdência traz mais tranquilidade aos mercados.
Dentro do contexto acima, o IBOV futuro fechou a semana de volta ao retângulo que marcava uma consolidação desde o início do ano, e ao canal de alta marcado pelas linhas tracejadas em verde. Sem dúvida nenhuma o ambiente político dará o tom do nosso mercado nos próximos dias, principalmente com notícias em torno da reforma da previdência.
Com a recuperação do nosso índice futuro durante a semana, o dólar acabou fechando a semana quase que no breakeven, depois de romper a barreira dos 4 USD/BRL na 5af.
Lá fora, a novela do Brexit continua com uma série de impasses e possibilidades. As conversas entre EUA e China com o objetivo de chegarem a um acordo comercial aparentemente continuam progredindo, e deram força aos mercados nessa semana que passou. Desta forma, os índices americanos e o DAX fecharam a semana em alta (mesmo com alguns indicadores fracos, como o PIB dos EUA vindo abaixo da expectativa do mercado), e ainda vêm trabalhando dentro de uma importante região de resistência, conforme podemos ver abaixo.
Mesmo com um ambiente relativamente positivo na última semana, a inversão ou cruzamento entre as taxas do tesouro americano de curto e longo prazo trouxe mais uma vez o alerta sobre uma recessão que pode estar por vir, conforme podemos ver no gráfico a seguir (a curva de 3 meses cruzando para cima a curva da taxa de 10 anos).
O preço do barril de petróleo seguiu os principais índices do mundo e fechou a semana em alta, acima dos USD 60/bbl. Neste momento existem duas correntes distintas que acreditam que o preço da commodity deverá seguir caminhos totalmente opostos. Além disso podemos ver que a região de USD 60 costuma ser uma resistência bem importante, conforme a linha horizontal em verde abaixo.
Na tabela a seguir, podemos ver como alguns ativos se comportaram na semana que passou.
Olhando para o calendário econômico, a semana terá eventos em importantes, como o índice de atividade industrial na China, Alemanha e EUA, ata do Banco Central Europeu, e payroll nos EUA. Sumarizamos abaixo, o calendário divulgado pela Investing.com, filtrando apenas os eventos que normalmente trazem mais volatilidade aos mercados.
Excelente semana a todos. Forte abraço, e....
Bora pra cima !!!