Ontem a manutenção da Selic veio após o fechamento do mercado de câmbio. Sem surpresas e em linha com os últimos discursos de Roberto Campos Neto, presidente do BC. Com essa taxa alta (13,75%) o Brasil continua super atrativo pelo diferencial de juros, e com isso nossa moeda se fortalece.
Ainda a respeito de taxa de juros, o Fed, também ontem, decidiu por mais uma alta de 0,25 pp nos juros norte americanos. Essa decisão já estava precificada e, portanto, não impactou em valorização para o dólar. Ao contrário até, pois a cotação do dólar fechou o dia em R$ 4,9926. A moeda dos EUA recuou durante praticamente toda a sessão, em meio a temores de desaceleração da economia norte-americana (com isso o dólar tende a se enfraquecer globalmente) e com realização após dois dias consecutivos de alta com temores referente ao setor bancário americano.
Quanto ao comunicado do Fed, que veio logo após a decisão de juros, vimos que o Fed deixou de lado o trecho em que dizia que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) ainda antecipa que algum endurecimento adicional pode ser apropriado para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para a meta de 2% ao longo do tempo. Tudo dependerá de novos dados até a próxima decisão.
Agora, os investidores vão estar atentos a possíveis sinalizações sobre quando o BC iniciará o ciclo de cortes da Selic, atualmente em 13,75% ao ano. No comunicado do BC foi dito que, ambiente externo se mantém adverso, que o BC segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Copom também enfatiza que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal, e avalia que a desancoragem das expectativas de longo prazo eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.
E hoje no calendário econômico teremos na Europa a decisão de taxa de juros. O mercado já sabe que subirá, resta saber quanto. Importante acompanhar o comunicado do BCE e o discurso da presidente Christine Lagarde para ver os próximos passos. Ainda na Zona do Euro veremos o PMI do setor de serviços e composto e o IPP. Nos EUA, teremos pedidos por seguro-desemprego e balança comercial. Por aqui, o PMI composto e de serviços.
Aproveitem para realizar lucros e tenham um excelente dia.