No último pregão, antes do feriado de ontem, houve entrada de fluxo estrangeiro para ativos doméstico e desmonte de posições defensivas no mercado futuro de câmbio, em meio às expectativas para a transição de governo. O dólar à vista fechou cotado a R$ 5,1186.
O feriado de Finados foi marcado por atos em diversas cidades, entre elas Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Os manifestantes protestavam contra o resultado da eleição para a Presidência da República. Eles pediam intervenção federal.
Hoje, Geraldo Alckmin (PSB), terá uma reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), para formalizar o processo de transição do governo federal. Alckmin foi escolhido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser o coordenador do processo de transição.
Em linha com as expectativas do mercado, o Fed ontem subiu em 0,75% a taxa de juros nos EUA. Foi de 3-3,25% para 4%. A decisão veio após dois dias de reunião de política monetária. O comunicado pós-decisão não aponta o ritmo de aumentos futuros da taxa de juros. O ritmo futuro de aumento vai depender de: desenvolvimento da economia e das condições financeiras, o atraso do efeito da política monetária sobre a atividade econômica e a inflação e o aperto monetário acumulativo. O colegiado também decidiu pela manutenção da redução do balanço do Fed, ou seja, vai continuar vendendo títulos públicos do Tesouro dos EUA e títulos hipotecários para retirar liquidez do mercado.
Ontem as ações dos Estados Unidos terminaram em forte baixa, uma vez que declarações do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, abalaram o otimismo inicial com o comunicado que sinalizou que aumentos menores podem estar no horizonte.
Os investidores esperavam o aumento, mas que o Fed sinalizasse disposição de começar a reduzir o ritmo em sua reunião de dezembro.
Entretanto as declarações do chair do Fed foram de que é "muito prematuro" estar pensando em pausar as altas.
Agora mercado vai monitorar de perto a formação do ministério, em especial ao nome que comandará a Fazenda. Do ponto de vista fiscal, provavelmente Lula vai ter uma postura pragmática, com aumento de gastos mas também de impostos.
Hoje provavelmente o dólar deve subir um pouco, reagindo a alta de juros de ontem nos EUA e devido cenário externo que deve seguir como o principal fator para o comportamento do real. O ambiente para economias emergentes está se tornando menos amigável, com expectativa de mais aperto das condições financeiras em meio a uma tendência persistente de queda nos preços de commodities.
Calendário de hoje teremos decisão da taxa de juros da Inglaterra, discurso de McCaul, membro do BCE, nos EUA os pedidos por seguro desemprego, PMI do setor de serviços e composto.
Boa sorte a todos neste pregão, e deem suas opiniões sobre o dólar hoje, sobe ou não?