Recentemente, muito foi dito sobre os resgates que têm ocorrido na indústria de fundos no Brasil. Ainda que o movimento traga riscos para os investidores, é importante dizer que momentos assim também costumam trazer oportunidades. A diferença, contudo, está na seleção de boas gestoras.
Um balanço recente divulgado pela Anbima nos ajuda a ter um recorte mais detalhado do cenário.
De acordo com a entidade, mesmo com a captação líquida negativa no semestre, o setor continuou a avançar em outras frentes. Foram criados cerca de 2 mil novos fundos e 4 milhões de contas no primeiro semestre de 2023.
Além disso, a rentabilidade positiva de algumas classes possibilitou que o patrimônio líquido da indústria chegasse a R$7,75 trilhões.
Em outras palavras, isso significa que os investidores estão apenas diversificando suas respectivas carteiras, especialmente, diante do cenário de inflexão na política monetária no Brasil e de um mundo (principais economias, lideradas por EUA) mais hawkish.
A própria Anbima explica que os recursos estão sendo direcionados, por exemplo, para ativos bancários e títulos isentos, mas que os fundos não estão sendo deixados de lado.
Até porque os resultados têm sido interessantes até aqui. Classes como renda fixa, ações e multimercados tiveram rentabilidade positiva no primeiro semestre do ano, com alguns casos em renda variável com dois dígitos de retorno.
Em resumo, o que quero dizer é que, apesar dos resgates, os resultados apresentados têm sido positivos até aqui. Os riscos sempre vão existir e o que está em jogo é a capacidade do investidor em calibrar a carteira de acordo com o ciclo.
Para escolher uma boa gestora de fundos, as dicas são: ler os relatórios de gestão, conhecer as pessoas envolvidas nos processos de investimento, procurar materiais sobre a asset na mídia. Além de, claro, seguir o manual básico de adequar a estratégia ao seu nível de renda e risco.
Dito de outra forma, não basta apenas abrir o site da corretora, acessar a conta, listar os investimentos mais rentáveis e aplicar o dinheiro sem nenhum tipo de critério.
Repare que eu não uso a palavra investimento neste caso. Para que exista, de fato, um processo de alocação, é preciso que o investidor compreenda o seu perfil (até onde suporta correr riscos?), os ciclos, os riscos e tenha os objetivos financeiros bem definidos.
Para cada direcionamento, há uma estratégia. Hoje, no Brasil, existem mais de 900 gestoras focadas em uma diversidade incrível de classes. Existem opções para pessoas jovens de perfil mais agressivo, para o planejamento sucessório de uma família, para empresários que desejam apenas preservar o patrimônio ou para alguém que tenha o desejo de poupar para a faculdade dos filhos.
O segredo, como eu disse acima, está na seleção de boas gestoras alinhadas com a estratégia correta para aquele determinado momento e objetivo de vida.
Se você tem dúvidas sobre o assunto, não deixe de buscar a ajuda de um profissional e de estudar sobre o tema. Existem bons livros sobre alocação de ativos e outros que falam sobre os ciclos de mercado.
Ao compreender alguns padrões que acontecem na economia e no universo dos investimentos, a tomada de decisão se torna mais madura e com maiores chances de êxito. Pense nisso!
Até o próximo artigo!