De acordo com o Índice de Atividade Econômica Stone (NASDAQ:STNE) Varejo, março registrou uma queda anual de 2,5% no volume de vendas, mas uma alta de 0,2% na comparação com fevereiro. Com esses resultados, março se coloca em linha com janeiro no comparativo anual, reforçando um cenário de cautela no primeiro trimestre de 2024, mas apresenta continuidade da tendência mensal positiva, sugerindo uma melhora do cenário atual e um olhar mais otimista para os próximos meses, ainda que com cautela.
Primeiro trimestre desafiador, mas com melhora no final do período
Com um resultado de baixa anual no volume de vendas, o mês de março fecha um primeiro trimestre desafiador para o varejo nacional. Ainda que o resultado do mês coloque o varejo nacional em linha com janeiro no comparativo anual do volume total de vendas, isso sugere que o setor “andou de lado” no primeiro trimestre do ano. Além disso, o resultado acumulado parece estar um pouco abaixo do acumulado do mesmo período no ano passado.
Entretanto, uma análise mais amiúde dos resultados do mês pode indicar um prospecto mais animador para os próximos meses.
Em primeiro lugar, os resultados do comparativo mensal (sazonalmente ajustado) mostram uma tendência positiva. Após revisão dos dados, viu-se que fevereiro registrou um crescimento mensal de 0,1%, de modo que o resultado de março marca um segundo mês consecutivo de crescimento nessa métrica.
Quando olhamos para o índice restrito (que exclui os segmentos de Material de Construção; Combustíveis, Veículos e Peças; e Atacarejo) os resultados são ainda mais animadores: março registrou aumento de 1,1% no volume de vendas no varejo restrito, o terceiro mês seguido de crescimento.
Análises setorial e regional reforçam panorama
Além disso, a análise setorial traz como destaque o segmento de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo que reverteu tendência de queda registrada nos últimos meses e apresentou uma alta anual de 0,7% e uma alta mensal de 2,7% em março.
O resultado positivo desse segmento pode ser resultado do cenário macroeconômico mais positivo, sobretudo com o arrefecimento da política monetária restritiva, o mercado de trabalho aquecido e os efeitos do programa Desenrola. Esses fatores contribuíram para a redução das métricas de inadimplência e de comprometimento da renda das famílias com pagamento de dívidas no final do ano, o que permite às famílias terem mais renda disponível para consumo.
Alguns segmentos, como é o caso de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo, são especialmente sensíveis às alterações de renda e tendem a aumentar suas vendas conforme aumenta a renda disponível das famílias.
Na análise regional também podemos ver uma pequena melhora em março, com dez estados registrando aumento anual do volume de vendas do varejo. As principais altas foram nas regiões Norte e Nordeste, com destaque para o Ceará, com um crescimento anual de 8% e de 3,2% no comparativo mensal.
Os destaques setoriais e regionais, bem como a análise do comparativo mensal sazonalmente ajustado, reforçam a leitura de um trimestre ainda difícil, mas com indicativos de melhora no final do período. Assim, corroborando um olhar mais otimista para o futuro, ainda que com alguma cautela.
Para saber se os indicativos positivos de março se concretizarão em crescimento do volume de vendas do varejo brasileiro nos próximos meses, será necessário seguir acompanhando a evolução dos números no setor.
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