Em junho, os preços do óleo de soja subiram 3,9% (posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS), chegando a R$ 2.612,4/tonelada, a maior média mensal desde janeiro deste ano, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de maio/17). Essa alta esteve atrelada à firme demanda doméstica, especialmente pelo setor de biodiesel. Além disso, os valores foram influenciados pelo crescimento nas exportações, que resultou em aumento no prêmio de exportação. Considerando-se os meses de junho, os prêmios deste derivado com vencimento em julho estiveram nos maiores patamares desde 2004, início da série histórica do Cepea.
Já os valores de soja em grão e do farelo de soja ficaram próximos à estabilidade em junho, se considerada a média mensal. O fato é que na primeira quinzena do mês, os preços do grão e do farelo haviam sido impulsionados pelas condições climáticas desfavoráveis ao semeio nos Estados Unidos, pela alta cambial (Real por dólar) e pela firme demanda interna, que sustentavam os prêmios nacionais da oleaginosa naquele período.
Entretanto, a partir da segunda quinzena do mês, as cotações perderam forças, devido à diminuição no interesse de compradores. Essa retração se deve aos estoques abundantes no Brasil e ao avanço na colheita de milho, que pode elevar a oferta de soja se houver necessidade em liberar armazéns para colocar o cereal. Além disso, a finalização da safra na Argentina, a melhora nas condições climáticas na América do Norte e a redução no ritmo de embarques brasileiros também foram fatores baixistas.
No front externo, os embarques brasileiros de soja somaram 9,2 milhões de toneladas em junho, 16,1 abaixo do exportado em maio/17. Ainda assim, este volume é 18,5 maior que o embarcado em junho/16. Considerando-se o primeiro semestre de cada ano, em 2017, o Brasil enviou volume recorde de soja aos países estrangeiros, totalizando 44 milhões de toneladas, segundo a Secex.
De óleo de soja, o Brasil enviou aos países estrangeiros 694,56 mil toneladas no primeiro semestre de 2017, o maior volume desde 2012, considerando-se o mesmo período. Apenas entre maio e junho deste ano, os embarques do derivado cresceram significativos 45,5%, ainda conforme a Secex.
O Brasil exportou 7,61 milhões de toneladas de farelo de soja entre janeiro e junho, quantidade 9,9% menor que a do mesmo período do ano passado. Em junho, os embarques de farelo de soja foram de 1,39 milhão toneladas, 14,6% abaixo que os de maio, conforme a Secex.
A menor demanda externa pelo farelo de soja brasileiro se deve à safra volumosa na Argentina, principal abastecedora mundial de farelo e óleo de soja. Com isso, os preços de farelo recuaram 1,2% na média das praças acompanhadas pelo Cepea entre maio e junho.
Quanto às cotações brasileiras, em junho/17, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná registrou ligeira queda de 0,3% entre maio e junho, com média a R$ 63,59/sc de 60 kg em junho. O Indicador da soja ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá permaneceu a R$ 68,95/sc de 60 kg no mês de junho.
Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações cederam ligeiro 0,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e 0,3% no de lotes (negociações entre empresas) na comparação entre maio e junho. A moeda norte-americana se valorizou significativos 2,7% em relação ao Real em junho, registrando a maior cotação do ano, de R$ 3,296.
No campo brasileiro, o vazio sanitário (período em que não se pode semear ou manter plantas vivas de soja) começou em 15 de junho em cinco estados do Brasil: São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. O vazio sanitário tem como objetivo reduzir a proliferação do fungo de ferrugem asiática nas lavouras de soja.
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