Após iniciar abril enfraquecida e negociada na casa dos R$ 9,50/kg, a carcaça casada bovina se recuperou e chegou a ser comercializada acima dos R$ 10,00/kg na segunda quinzena – o corte fechou a R$ 9,97/kg no último dia útil do mês, valorização de 4,5% no acumulado do período. Essa recuperação nos preços da carne foi observada depois de passados os efeitos mais intensos da operação Carne Fraca da Polícia Federal no setor pecuário.
Isso porque, quando a operação foi deflagrada, no dia 17 de março, houve fechamento temporário de algumas unidades de abate e muitos pecuaristas, diante dos baixos valores oferecidos por frigoríficos na compra de animais para abate, se afastaram do mercado. Esse cenário, por sua vez, reduziu de maneira significativa a oferta de carne no correr de abril, resultando em alta nos valores na segunda quinzena do mês, mesmo com a típica demanda enfraquecida nesse período.
Na última semana de abril, especificamente, o movimento de alta nos preços foi interrompido. Esse contexto pode estar atrelado justamente à retomada das atividades nos frigoríficos que estavam parados, e que voltaram a abater num momento em que a oferta de boi já se mostrava um pouco maior em função, sobretudo, da queda de temperatura. Nesse cenário, o volume de carne disponível no atacado ficou maior.
O traseiro acumulou valorização de 3,49% em abril, negociado a R$ 11,55/kg no encerramento do mês – no início da segunda quinzena, no entanto, atingiu R$ 11,74/kg. Para o dianteiro, houve alta de 3,48% no balanço mensal, com o preço a R$ 8,33/kg no dia 28 de abril – no dia 17, o corte foi negociado a R$ 8,51/kg.
No mercado de boi gordo, por sua vez, a arroba também apresentou recuperação em abril, alavancada pelo aumento da demanda por animais para abate. O movimento de alta nos preços, porém, ocorreu em ritmo mais lento que o da carne e foi limitado pelo recuo comprador, observado sobretudo após o preenchimento das escalas de abate. Operadores se posicionaram de maneira menos ativa para compra/venda de animais, efetuando novos negócios apenas quando havia maior necessidade. No balanço do período, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa fechou com ligeira baixa de 0,37%, a R$ 139,10.
O Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa (Mato Grosso do Sul) fechou a R$ 1.101,81 no dia 28 de abril, registrando queda de 2,84% no acumulado do mês. A média do bezerro em São Paulo foi de R$ 1.117,02 no último dia de abril, recuo de 3,45% no mês. A desvalorização dos preços neste segmento ocorreu em função da maior oferta de animais, característica para o período.
EXPORTAÇÃO – Segundo dados da Secex, o país embarcou 70,2 mil toneladas de carne bovina em abril, 28,5% abaixo da quantidade de março/17. Em comparação a abril/16, os embarques caíram 18,9%. A receita total de abril/17 em dólar recuou 27,5% frente a de março e 13,7% em relação à arrecadada em abril/16.
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