ARÁBICA
As cotações do café arábica seguiram em queda em junho. A média mensal do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor foi de R$ 445,81/saca de 60 kg, queda de 2,1% em relação à de maio. O recuo das cotações esteve atrelado principalmente à baixa dos preços externo, que, por sua vez, foram pressionados por fatores técnicos, câmbio e pelo cenário mais favorável durante a colheita da safra 2017/18. Nesse cenário, agentes estiveram retraídos. No comparativo com junho/16, as cotações caíram 8%. Na Bolsa de NY (ICE Futures), as médias de todos os contratos recuaram 6,1%. Já o dólar subiu 2,7% em junho frente ao Real, com média de R$ 3,296 no mês.
A colheita da safra 2017/18 de arábica esteve em ritmo mais lento que o habitual na primeira quinzena de junho, devido ao volume de chuvas acima do normal em maio e no início do mês passado – que atrapalhou a entrada de trabalhadores no campo e derrubou grãos dos pés. Já na segunda quinzena, o clima mais firme permitiu o avanço das atividades, principalmente no Cerrado Mineiro, no Noroeste de MG e na Zona da Mata, com a porcentagem de grãos colhidos variando de 20% a 30% até o final de junho. Para as demais regiões, agentes indicam percentuais de até 20% de grãos colhidos.
Até o final de junho, poucos lotes da atual safra haviam chegado ao mercado. Além do ritmo mais lento da colheita, produtores vêm guardando os melhores grãos para o cumprimento de contratos. Para a temporada 2017/18, o volume de grãos deve ser inferior a 2016/17, uma vez que a maioria dos cafezais estão em bienalidade negativa. A qualidade, por outro lado, deve ser boa na maioria dos lotes, mas parte pode ter sido levemente comprometida em algumas regiões, por conta das chuvas de maio e junho, que derrubaram muitos grãos dos pés e prejudicaram o balanço de cafés finos da safra.
Apesar da expectativa de menor volume nesta temporada, o clima favorável pressionou as cotações externas, que por sua vez, mantiveram os preços nacionais em patamares mais baixos. Em apenas quatro dias (19 a 22/06), os futuros de arábica chegaram a cair mais de 1000 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Futures), fechando em 116,50 centavos de dólar por libra-peso na quinta feira, 22. Nesse mesmo dia, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, fechou a R$ 424,37/saca de 60 kg, valor 13,30% menor que o do mesmo período de 2016. No geral, mesmo com a bienalidade negativa dos cafezais de arábica, a expectativa para esta temporada ainda é de um volume confortável frente à demanda. Com os principais países compradores relativamente abastecidos, os preços da variedade podem permanecer em patamares inferiores aos da safra passada neste início da temporada 2017/18.
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ROBUSTA
Apesar do andamento da safra 2017/18, a retração vendedora diminuiu a oferta de robusta no mercado físico, impulsionando as cotações. Com isso, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta peneira 13 acima teve média de R$ 414,96/saca de 60 kg em junho, avanço de 1,5% em relação a maio. Já o tipo 7/8 bica corrida avançou 1,7% na mesma comparação, com a média passando para R$ 405,53/sc. Em relação ao mercado internacional, o contrato Julho/17 do robusta negociado na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe) fechou a US$ 2.149,00/tonelada em 30 de junho, alta de 7,7% na comparação com 31 de maio.
As cotações do robusta oscilaram bastante em junho. No início do mês, a demanda das indústrias nacionais e a colheita da safra 2017/18 em ritmo mais lento – devido às chuvas e à vagarosa maturação dos grãos –, impulsionaram os preços da variedade. Entretanto, o clima mais firme na segunda quinzena do mês permitiu o avanço da colheita, pressionando os valores. Em apenas cinco dias (19 a 23/06), o Indicador do robusta caiu R$ 16,20/saca. Apesar desse cenário no final da temporada 2016/17, o diferencial entre os preços do arábica e do robusta se estreitou, principalmente por conta da manutenção das cotações do robusta em patamares elevados – reflexo da baixa oferta do grão no mercado interno (em função da quebra de safra) e da retração vendedora na safra 2016/17.
Na média da safra (de julho/16 a junho/17), a diferença entre os Indicadores CEPEA/ESALQ do arábica e do robusta, ambos do tipo 6, foi de 43,59 reais/saca, sendo que, para a safra 2017/18, o diferencial pode seguir estreito. Isso porque, mesmo com a previsão de maior produção de robusta, o volume não deve se recuperar completamente. A colheita da variedade já se aproxima de 90% no Espírito Santo, com vendedores mais ativos e disponibilizando alguns lotes no mercado. Porém, muitos produtores têm se concentrado na entrega de contratos, fazendo com que a oferta no mercado ainda não seja tão abundante. Nesta safra, a maior incidência de chuvas beneficiou a produção da variedade, com colaboradores indicando maior qualidade de peneira e bebida dos grãos em relação à safra passada.
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