Em abril, mesmo com o início oficial da moagem da cana-de-açúcar da temporada 2017/18, a oferta de cristal de melhor qualidade – tipo Icumsa 150 – foi pequena. Esse cenário é comum em começo de safra, uma vez que usinas passam por ajustes na produção. Porém, essa baixa disponibilidade não foi um problema, visto que a demanda também esteve enfraquecida. Já no final do mês, os preços do cristal passaram a subir, devido à ocorrência de chuvas em boa parte do estado de São Paulo, que interrompeu a produção em algumas usinas e limitou ainda mais a oferta de açúcar da nova safra.
No balanço do mês, o Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 3,41%, fechando a R$ 76,52/saca de 50 kg no dia 28. A média mensal foi de R$ 74,28/saca de 50 kg, 4,33% inferior à de março (R$ 77,64/saca de 50 kg) e 2,26% abaixo da de abril/16 (R$ 76,00/saca de 50 kg), em termos nominais. O Indicador de Açúcar Cristal ESALQ/BVMF – Santos acumulou alta de 1,31% em abril, fechando a R$ 74,46/saca de 50 kg no dia 28. A média mensal deste indicador foi de R$73,18/saca de 50 kg, 4,62% inferior à de março/17 (R$ 76,73/saca de 50 kg) e 2,72% abaixo da de abril/16 (R$ 75,23/saca de 50 kg), em termos nominais.
Segundo a Unica, na primeira quinzena de abril, a moagem da cana-de-açúcar da safra 2017/18 totalizou 10,525 milhões de toneladas no estado de São Paulo, quase 50% inferior ao registrado no mesmo período da temporada anterior. A produção de açúcar foi de 496 mil toneladas, 50,65% abaixo na mesma comparação.
NORDESTE – O ritmo de negociações seguiu lento e os preços, em queda. Algumas unidades produtoras ficaram fora do mercado, por resistirem à redução dos preços do adoçante. Alguns compradores, por sua vez, estiveram cautelosos nas aquisições. Em abril, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 84,42/sc, queda de 6,31% frente ao de março e de 10,74% sobre abril/16, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 88,10/sc de 50 kg, respectivos recuos nominais de 4,2% e de 8,06%. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 70,78/sc, baixas de 4,31% e de 8,39%, nos mesmos comparativos.
De acordo com a Conab, apesar de a área de cana-de-açúcar da região Nordeste ter se reduzido nas últimas safras, ainda permanece como a terceira maior do País (representando 9,6%). A área colhida nesta safra, de 866,5 mil hectares, é a menor das últimas 12 safras. O destaque foi o estado de Pernambuco, onde houve aumento de 4,2% na produção. Todos os outros estados obtiveram números inferiores aos da safra passada.
INTERNACIONAL – A próxima temporada mundial, que se inicia em outubro/17, deve ter recuperação na produção de açúcar na Ásia. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a Tailândia poderá produzir 11,2 milhões de toneladas do adoçante, 12% mais que no ciclo 2016/17. Na Índia, o USDA estima que a produção de açúcar ultrapasse 25 milhões de toneladas na próxima safra, aumento de 17% em relação ao esperado para a atual safra 2016/17. Quanto à China, o USDA indica queda nas importações da safra 2017/18, de um milhão de toneladas, devido à maior produção no país. Na atual temporada 2016/17, o volume de importação do adoçante pela China tem sido estimado em 5,2 milhões de toneladas e a expectativa para a próxima temporada é de 4,2 milhões de toneladas. Cálculos do Cepea indicam que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 14,67% a mais que as externas em abril. Esse cálculo considera as médias do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Maio/17 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 88,96/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 64,44/tonelada.
EXPORTAÇÃO – Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 1,12 milhão de toneladas em abril/17, volume 1,7% menor que o de março/17 e 8% inferior ao de abril/16. Em relação ao açúcar branco, foram exportadas 497 mil toneladas, volume 10% superior ao de março/17 e 68% maior que o de abril/16. O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.379,5/tonelada em abril/17, queda de 1,2% em relação a março/17, mas aumento de 25,9% em comparação com abril/16. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.443,2/t, queda de 6,8% em relação a março/17, porém, alta de 13,1% em comparação com abril/16. A receita com a exportação de açúcar foi de R$ 2,27 bilhões em abril/17, queda de 1% frente a março/17, mas alta de 31% em relação a abril/16.
Estatísticas
Gráficos