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Algodão em Pluma Encerra Abril em Ligeiras Alta

Publicado 18.05.2017, 10:05
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Os preços do algodão em pluma encerraram o mês de abril em ligeiras altas, mas suficientes para recuperar as perdas registradas na primeira quinzena do mês. No acumulado do período, o Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias acumulou caiu leve 0,01%, fechando a R$ 2,7641/lp no dia 28. A média mensal, de R$ 2,7508/lp, foi praticamente a mesma de março/17, mas 3,8% superior à de abril/16, em termos reais (atualizados pelo IGP-DI de março/17).

O sustento veio da menor disponibilidade doméstica e da posição firme de vendedores, que estiveram com as atenções mais voltadas ao mercado externo. Apesar de a venda doméstica ainda ter remunerado mais que a exportação em abril, houve diminuição nessa vantagem, de 19,1% na primeira quinzena para 15% na segunda metade do mês. A paridade de exportação teve alta de 4,56% em abril, impulsionada pelo aumento no preço internacional e pela valorização do dólar frente ao Real. Assim, vários contratos de exportação ou “flex” foram efetuados para as safras 2016/17 e 2017/18, especialmente a última.

Em abril, de acordo com informações do Cepea, a média da paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), porto de Paranaguá (PR), foi de R$ 2,3449/lp, alta de 0,72% sobre a de março/17 (R$ 2,3280/lp). Também no comparativo mensal, o Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) se elevou 0,27% e o dólar se valorizou 0,44% frente ao Real.

Cálculos do Cepea mostram que, em abril, os preços de exportação para embarque entre maio e julho/17 estão na média de US$ 0,7822/lp, recuo de apenas 0,16% frente aos dos dados captados em março/17. Para exportação no segundo semestre deste ano (referentes à safra 2016/17), a média está em US$ 0,7675/lp (1,46% menor que a de março/17) e, para a temporada 2017/18, em US$ 0,7670 (-1,04%).

No mercado spot, indústrias adquiriram lotes de pequenos volumes para repor seus estoques ao longo no mês, mas a baixa qualidade de grande parte da pluma disponível dificultou os fechamentos. Já as realizações de contratos antecipados tiveram boa liquidez, com entregas nas safras 2016/17 e 2017/18, tanto em dólar como em Real, e também baseados no Indicador CEPEA/ESALQ.

EXPORTAÇÃO – Em abril, foram embarcadas 30,9 mil toneladas de algodão em pluma, 4% a menos que em março/17 e 24,4% abaixo do de abril/16. O faturamento foi de US$ 55,1 milhões, aumento de 1,4% frente a março/17. Em moeda nacional, a receita, de R$ 173 milhões, subiu 1,85% na comparação mensal, segundo dados da Secex. As importações brasileiras da pluma somaram 4,8 mil toneladas, 43,1% menores que as de março/17 e quase seis vezes maiores que as de abril/16 (833 toneladas).

CONAB – Mesmo com a redução de 2,6% na área de algodão da temporada 2016/17 no Brasil, a produção pode aumentar 14,3% frente à anterior, devido à alta de 17,3% na produtividade, que pode atingir 1.583kg/ha. O clima favorável ao desenvolvimento da cultura e o controle de pragas resultaram em bom rendimento. Em Mato Grosso, a produção deve crescer 11,1% na comparação com a safra 2015/16, para 978,3 mil toneladas.

INTERNACIONAL – A produção mundial 2017/18 está estimada em 23,58 milhões de toneladas, segundo dados do Icac (Comitê Internacional do Algodão) divulgados no dia 1º de maio, alta de 3,6% frente à temporada anterior. Esse crescimento está atrelado aos altos preços na safra 2016/17 e também aos maiores rendimentos da cultura, que devem resultar em expansão de 5% da área semeada, totalizando 30,8 milhões de hectares na 2017/2018.

A Índia, maior produtor mundial, deverá aumentar 7% a área, indo para 11,3 milhões de hectares na safra 2017/18. A área da China deve crescer 3% (somando 2,9 milhões de hectares), elevando a produção em 1% (4,8 milhões de toneladas). Já para os EUA, o aumento deve ser de 12%, a 4,3 milhões de hectares, resultando em colheita 8% superior à anterior. Para o Brasil, a área deve aumentar 2%, totalizando 1,4 milhão de toneladas. Ainda de acordo com o Icac, o consumo mundial de algodão deve crescer 2% na safra 2017/18 (para 24,6 milhões de toneladas) e superar a produção pela terceira temporada consecutiva. A China deverá aumentar o consumo em 1% (a 7,7 milhões de toneladas), podendo representar 30% da demanda mundial. A comercialização está projetada em 8 milhões de toneladas, 2% superior a temporada 2016/17. O estoque mundial da temporada 2016/17 está previsto para cair 7%. Espera-se que as reservas totais chinesas de algodão caiam 17% na 2016/17, a 9,3 milhões de toneladas.

CAROÇO – A negociação de caroço esteve lenta em abril, devido à baixa disponibilidade e também à retração de compradores. Para os derivados do caroço, segundo colaboradores do Cepea, o enfraquecimento dos preços, por conta da maior oferta de soja e milho, deixa compradores cautelosos para novas aquisições. Quanto à temporada 2016/17, mesmo com vendedores mais ativos que compradores, vários negócios de caroço foram captados pelo Cepea em abril. No entanto, a expectativa de boa colheita para a próxima safra faz com que compradores esperem preços menores.

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