A saúde das contas públicas será o grande tema deste ano no mercado de câmbio. Se continuar essa expansão do desequilíbrio das contas públicas, a dívida pode sair de controle no curto prazo, e o risco é de um aumento da inflação e das taxas de juros no médio prazo, com impactos recessivos sobre a economia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprofundou seu discurso social ao assumir no domingo o comando do Palácio do Planalto pela terceira vez, voltando a criticar a regra do teto de gastos, que classificou de "estupidez", e prometendo revogá-la. Ainda que tenha rejeitado fazer qualquer "gastança" e tenha prometido um governo responsável. Lula determinou a ministros que adotem providências para revogar atos que dão andamento à privatização de uma série de estatais, como a Petrobras (BVMF:PETR4).
A possibilidade de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acabe aceitando as ordens de Lula, depois que o presidente prorrogou a desoneração de combustíveis apesar de posicionamento contrário de seu ministro, traz muita preocupação, principalmente na questão fiscal.
A ideia de que o governo terá uma postura desenvolvimentista, com maior participação do Estado na economia pode ter um efeito negativo no equilíbrio fiscal nos próximos anos. O mercado está percebendo que, desta vez, haverá um Lula muito mais agressivo e intervencionista do que foi há 20 anos.
Ontem o dólar à vista fechou o primeiro dia útil do ano cotado a R$ 5,358 para venda. O primeiro pregão do ano ocorreu com investidores atentos às perspectivas para a política monetária dos bancos centrais ao longo de 2023, incluindo a possibilidade de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) já neste ano.
O dólar começa o ano pressionado, já que o mercado ainda não acredita nas afirmações dos dirigentes do Fed de que não cortarão a taxa básica de juros em 2023. O mercado revisou um pouco suas expectativas desde a última reunião do Fed, mas não substancialmente.
Já na zona do euro, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, voltou a afirmar que os juros na região precisam ficar mais altos para conter a inflação.
E para hoje, no calendário, temos nos EUA o PMI industrial de dezembro. E por aqui política e mais política com os “mandos” do novo presidente!
Boa sorte, galera, e sangue frio, respira e conta até dez!