Fleury (SA:FLRY3): Seguindo O Plano De Crescimento
Na noite de ontem Fleury (SA:FLRY3) reportou seu resultado do 3T19 em linha com o que o mercado aguardava.
A história de canibalização entre suas marcas parece que vai ficando no passado.
No trimestre a companhia apresentou evolução de 6,4 por cento nas vendas nas mesmas lojas (SSS) puxada principalmente pela marca Fleury (SA:FLRY3) e A+, deixando para trás o receio de canibalizar suas marcas.
Apesar dessa importante melhora estamos atentos a competição do setor, sabemos que a marca Fleury (SA:FLRY3) tem seu reconhecimento, mas a competição tem sido cada vez maior.
A Receita líquida subiu +10,6 por cento, Ebitda +8,2 por cento e Lucros +5 por cento.
As unidades de atendimentos (UA), que representam 85 por cento da receita, apresentaram crescimento de 11,7 por cento, com destaque para a marca A+ e marcas do Rio de Janeiro.
O lado ruim é que os custos da companhia seguem incomodando as margens e assim como no último trimestre a empresa reportou queda nas margens bruta (-113 bps) e Ebitda (-60bps).
É importante lembrar que Fleury (SA:FLRY3) possui um robusto plano de expansão que segue em andamento.
Até 2021 a empresa pretende abrir de 73 a 90 unidades e até o momento abriu 54 unidades (74 por cento considerando a parte inferior do guidance)
Para colocar o plano em prática os custos e despesas pré-operacionais se tornam maiores.
Em nossa visão essa queda de margem é temporária e deve mostrar evolução a partir do momento da maturação das novas unidades.
Entre as novidades vale mencionar alguns pontos:
A entrada em novos mercados (Nordeste) via aquisição da Diagmax que ainda aguarda aprovação do CADE, mas não imaginamos ser um problema.
A evolução constante do atendimento móvel que no trimestre subiu dois dígitos.
E um aumento expressivo da receita com exames de genômica na marca Fleury (SA:FLRY3).
O negócio de Fleury (SA:FLRY3) sempre chama atenção, afinal de contas está inserida em um setor resiliente e secular, com ótimas margens e rentabilidade, o problema é que o mercado paga muito caro por um plano de expansão ainda em andamento.
A 10x Ebitda e 24x Lucros damos preferência a empresas que já apresentam crescimento com preços muito mais convidativos.
Grendene (SA:GRND3): Virando O Jogo
A Grendene (SA:GRND3), dona das marcas Melissa e Ipanema (lembrou?) reportou ontem a noite seu resultado do 3T19 com melhora relevante em seus números.
Após um 1T19 catastrófico, quando a Grendene (SA:GRND3) anunciou que todo o ano de 2019 estava perdido, e um 2T19 horrível, a companhia ressurgiu dos mortos no 3T19.
Alguma recuperação do consumo e um bom trabalho operacional tiraram a Grendene (SA:GRND3) do buraco.
No 3T19, tirando os efeitos de um não-recorrente fiscal, volumes caindo -2 por cento e receita líquida -4 por cento, mas Ebitda subindo +13 por cento e os Lucros +14 por cento.
Incluindo um ganho de ICMS não recorrente, os números melhoram bem – Ebitda subindo maravilhosos +56 por cento e os Lucros +48 por cento.
Será que Grendene (SA:GRND3) virou o jogo?
Continuamos de olho.
Mas Grendene (SA:GRND3) ainda possui uma montanha de caixa (2,6 bilhões de reais) sem objetivo claro. Grendene não pode pagar dividendos com o capital (pois vem de um benefício fiscal) e não tem planos de investimento e nem de aquisições.
Grendene (SA:GRND3) melhorou, mas com uma montanha de dinheiro em caixa, e negociando a elevados 18x lucros e 17x Ebitda, preferimos ficar de fora.
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