Julho foi marcado pelo anúncio do novo valor do PIS/Cofins incidente sobre os preços dos etanóis hidratado e anidro, gasolina C e diesel, publicado pelo Diário Oficial da União. Assim, o valor do PIS/Cofins do etanol passou de R$ 0,12/litro para R$ 0,1309/l no segmento produtor. Já na distribuidora, esse imposto, que era zerado, passou a ser de R$ 0,1109/litro. No caso da gasolina C, o PIS/Cofins passou de R$ 0,3816/l para R$ 0,7925/l, e para o diesel, o imposto agora é de R$ 0,4615/litro – até o dia 20 de julho, era de R$ 0,2480.
Antes do anúncio, o ritmo de negociações estava fraco no mercado de etanol, com pouco volume ofertado por conta da menor necessidade de caixa das usinas. Porém, nas duas últimas semanas do mês, preços mais altos foram registrados, devido ao aumento do valor do PIS/Cofins, o que manteve a liquidez baixa. Distribuidoras chegaram a adquirir novos volumes no estado de São Paulo, e usinas que estavam fora do mercado spot mostraram interesse em participar das vendas, conseguindo, inclusive, preços maiores.
Apesar da firme demanda das distribuidoras por etanol e do expressivo aumento dos volumes negociados a valores maiores no mercado paulista na última semana do mês, os preços dos etanóis hidratado e anidro recuaram em julho. Comparando-se as médias do Indicador CEPEA/ESALQ de etanol hidratado (estado de São Paulo) de julho e junho (considerando-se apenas as semanas cheias), a queda foi de 1,8%, para R$ 1,3017/litro. Para o anidro, a desvalorização foi de 4%, para R$ 1,4411/litro em julho.
Segundo dados do Cepea, o volume de etanol hidratado negociado pelas usinas de São Paulo em julho registrou forte queda de 19% frente a junho/17. Frente a jul/16, o recuo é ainda maior: de 40,5%. Esse cenário esteve atrelado ao baixo interesse de compra das distribuidoras no início do mês, visto que, nas bombas, a paridade entre o etanol hidratado e a gasolina C era favorável ao combustível fóssil naquele período.
Já no encerramento de julho, o cenário se inverteu, e a paridade passou a favorecer o etanol no segmento varejista do estado de São Paulo (até o dia 27/07), de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), que apontam relação de 67,1% no mês passado, frente aos 68,1% em junho. Além de São Paulo, o estado de Mato Grosso também apresentou relação vantajosa para o biocombustível em julho, de 61,8%.
Quanto às vendas ao mercado externo, os embarques de etanol anidro e hidratado somaram 156,1 milhões de litros em julho, com receita de US$ 80,6 milhões. O volume exportado foi 2,5% menor que o de junho e 28,95% inferior ao de julho/16, conforme dados da Secex – no acumulado da safra 2017/18, foram exportados 528,4 milhões de litros. A receita diminuiu 6,4% de junho para julho, e 23,4% frente à de julho/16. Em Real, a receita em julho somou 258,4 milhões.
No mercado nordestino, os preços caíram em julho, influenciados principalmente pela presença de etanol importado, que continua chegando aos portos de Pernambuco, e pela competição com os valores do etanol proveniente do Centro-Sul do Brasil. De acordo com colaboradores do Cepea, a nova safra sucroalcooleira (17/18) está prevista para começar na segunda quinzena de agosto em algumas usinas do estado da Paraíba e em setembro e outubro na maioria das unidades produtoras de Alagoas e Pernambuco.
Neste cenário de entressafra e baixo estoque de produto nacional, não houve informações suficientes para compor a média do Indicador CEPEA/ESALQ do anidro dos estados de Pernambuco e Paraíba. Em Alagoas, a média foi de R$ 1,7190/l em julho (sem frete e sem PIS/Cofins), queda expressiva de 4,81% frente ao mês anterior.
Para o etanol hidratado em Pernambuco, a média foi de R$ 1,5875/l em julho (sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins), queda de 2,02% em relação ao mês anterior. Não houve dados para compor as médias do Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado para os estados de Alagoas e Paraíba.
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