ARÁBICA
As cotações do café arábica avançaram em agosto, impulsionadas pelas altas internacionais no início do mês e pela forte retração vendedora. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor teve média de R$ 458,76/saca de 60 kg em agosto, valorização de 1,5% frente a julho. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), os contratos subiram 1,8%, em média. Já o dólar se desvalorizou 1,57% em agosto, fechando com média de R$ 3,150. Apesar do avanço, os valores internos foram pressionados na segunda quinzena do mês, refletindo as fortes desvalorizações externas. Assim, agentes permaneceram afastados do mercado no período e as negociações seguiram travadas até o encerramento do mês. Até o dia 14, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista era de R$ 470,64/saca de 60 kg, patamar nominal similares ao registrado em abril de 2017. No final do mês, porém, o Indicador do arábica retornou à casa dos R$ 450/sc. No comparativo com julho/16, as cotações ainda apresentaram queda de 4,2%. Os menores patamares das cotações de arábica reduziram o poder de compra dos produtores da variedade frente aos adubos utilizados na cultura. Na média das principais regiões de café arábica, o produtor precisou de 6% mais grãos do tipo 6 bebida dura para melhor para adquirir uma tonelada de ureia, um dos principais fertilizantes nitrogenados utilizados nas adubações de cobertura. Mesmo assim, com o encerramento da colheita no País, agentes acreditam que o produtor deva realizar os tratos culturais recomendados.
Com o clima mais seco nas regiões produtoras de arábica na maior parte de agosto, os trabalhos de campo avançaram rapidamente. Com isso, até a última semana do mês, a colheita havia alcançado de 95% a 100% das áreas no Cerrado Mineiro e no Noroeste do Paraná, restando apenas algumas microrregiões mais atrasadas no Paraná, além dos cafés de varrição. Nas regiões da Mogiana, Paulista, Sul de Minas e Zona da Mata, o percentual colhido estava entre 90% e 95%. Na Zona da Mata, especificamente, uma parte dos cafés mais finos produzido nas regiões montanhosas ainda precisava ser colhido.
Apesar do clima mais seco, choveu durante alguns dias no Noroeste do Paraná, em Garça (SP) e em algumas áreas do Sul de Minas, o que favoreceu o desenvolvimento dos botões florais e a indução de uma florada precoce nessas praças. Os eventos foram mais significativos no Noroeste do Paraná e em Garça, onde o volume de chuvas foi maior. Entretanto, com a expectativa de clima mais seco e quente em setembro, o pegamento das flores nessas praças pode ser afetado.
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ROBUSTA
As cotações do robusta seguiram em queda no mercado interno em agosto, porém, em patamares semelhantes aos de julho/17, uma vez que a forte retração de produtores impediu maiores desvalorizações do grão. O Indicador CEPEA/ESALQ do robusta peneira 13 acima teve média de R$ 410,77/saca de 60 kg no mês, leve baixa de 0,25% frente a julho. Já o tipo 7/8 bica corrida teve média de R$ 403,18/sc, permanecendo estável (-0,02%) na mesma comparação. Além da retração dos vendedores, a ponta compradora também se manteve mais distante do mercado, reduzindo a liquidez durante o mês. Quanto ao mercado internacional, o contrato Setembro/17 do robusta negociado na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe) fechou a US$ 2.076,00/tonelada em 31 de agosto, recuo de 2,2% frente ao fechamento de 31 de julho.
Produtores de robsuta mantiveram-se afastados do mercado físico em agosto, insatisfeitos com os preços praticados e focados no desenvolvimento da próxima safra (2018/19). O clima tem sido favorável desde o primeiro semestre de 2017, colaborando tanto para a safra 2017/18 quanto para a próxima. Nos primeiros meses do ano, um bom volume de chuvas foi observado no Espírito Santo, o que beneficiou a recuperação fisiológica dos cafezais, favoreceu a produção da safra 2017/18 e melhorou as condições para a temporada seguinte. Com isso, produtores do estado capixaba têm realizado tratos culturais, que foram “deixados de lado” nos últimos anos por conta do clima seco e da baixa produtividade das lavouras. Já entre o final de julho e o início de agosto, as chuvas foram essências para a recuperação dos cafezais, debilitados pela colheita, também ajudando a proporcionar boas condições para o desenvolvimento dos botões florais. Nos estados da Bahia e de Rondônia, as primeiras floradas foram observadas já no início de agosto. Na BA, o clima favorável (bons volumes de chuvas seguidos por períodos de sol) permitiu a abertura de uma boa florada. Em Rondônia, onde o clima permaneceu mais quente e seco, as primeiras flores abriram principalmente nos cafezais clonais irrigados. Já no Espírito Santo, a abertura das flores foi prejudicada pelas chuvas no início do mês e pelas baixas temperaturas durante boa parte do período. A primeira florada observada no ES foi observada apenas na última semana de agosto, sendo restrita aos cafezais irrigados. Com a abertura das flores, as preocupações dos produtores voltam-se ao clima, sendo que chuvas durante os próximos meses serão essenciais para o pegamento das flores e o desenvolvimento dos grãos.
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