ARÁBICA
As cotações de café arábica se recuperaram em julho, impulsionadas pela retração de vendedores, que estiveram focados na colheita, e pelas altas nas cotações externas da variedade, devido a fatores técnicos e ao recuo do dólar frente ao Real. Nesse cenário, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor teve média de R$ 451,90/saca de 60 kg em julho, avanço de 1,3% em relação à de junho. Na Bolsa de NY (ICE Futures) os contratos subiram 6%, em média. Já o dólar se desvalorizou 2,82% durante o mês, com média de R$ 3,20.
No campo, o clima seco permitiu o avanço da colheita de arábica no Brasil. Até o final do mês, as atividades estavam mais avançadas no Cerrado Mineiro, atingindo de 70% a 85% da área. No Noroeste do Paraná e no Sul de Minas, 75% da área havia sido colhida. Na Zona da Mata Mineira e na Mogiana, o avanço foi de 70%, enquanto que na Paulista, o volume de grãos colhidos estava entre 55% a 70%.
No geral, a qualidade da safra está dentro do esperado, com exceção da Zona da Mata e do Noroeste do Paraná, onde foram observadas quantidades maiores de grãos com bebida inferior. A peneira miúda e a incidência de broca também foram observadas na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Assim, muitos agentes acreditam que a quebra da safra 2017/18 pode ser maior que a esperada, o que tem contribuído para a retração vendedora. Além disso, o clima frio de julho atrasou o beneficiamento dos grãos, principalmente a secagem, limitando o volume no mercado físico.
Em julho, muitos produtores estiveram concentrados nas entregas futuras, deixando de lado as negociações no spot, limitando a oferta e as negociações de arábica. No final do mês, com a alta das cotações – atreladas às valorizações no mercado internacional –, a liquidez aumentou um pouco no mercado da variedade. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica fechou a R$ 464, 41 no dia 31, patamar observado em maio de 2017. Quanto aos futuros da variedade, o contrato Setembro/17 chegou a 139,25 centavos de dólar por libra-peso no encerramento do mês, avanço de 670 pontos em apenas sete dias.
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ROBUSTA
Com a finalização da colheita de robusta em meados de julho e o consequente aumento da oferta, as cotações da variedade foram pressionadas no decorrer do mês. As quedas, no entanto, foram limitadas pela ampla retração vendedora, que também manteve baixa a liquidez no mercado. O Indicador CEPEA/ESALQ do robusta peneira 13 acima teve média de R$ 411,84/saca de 60 kg em julho, baixa de 0,75% em relação à de junho. Já o tipo 7/8 bica corrida recuou 0,55% na mesma comparação, com a média passando para R$ 403,28/sc. No mercado internacional, o contrato Setembro/17 do robusta negociado na Bolsa de Londres (ICE Futeres Europe) fechou a US$ 2.123,00/tonelada em 31 de julho, recuo de 1,2% frente ao fechamento de 30 de junho.
Em meados de julho, a colheita de robusta foi encerrada no Espírito Santo, o maior estado produtor da variedade. Segundo colaboradores do Cepea, chuvas durante o desenvolvimento da safra favoreceram a qualidade dos grãos e a recuperação dos cafezais, prejudicados pela seca dos últimos anos. Além disso, produtores seguiram realizando os tratos culturais, “deixados de lado” por conta do clima seco e da baixa produtividade das lavouras.
No geral, a qualidade e o rendimento observados foram superiores aos da última temporada (2016/17), com a predominância de grãos mais graúdos. Nos estados de Rondônia e Bahia, a qualidade desta temporada também foi superior à anterior. As precipitações observadas no estado capixaba no final do mês auxiliaram na recuperação dos cafezais após a colheita e proporcionaram boas condições para a florada da safra 2018/19. Entre 23 e 31 de julho, foram registrados 34,2 mm e 28,8 mm nas estações de Linhares e São Mateus, respectivamente, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Conforme agentes consultados pelo Cepea, esse volume deve permitir, ainda na primeira quinzena de agosto, o início das floradas no Espírito Santo, principalmente nas regiões mais quentes, onde a colheita foi menor. Entretanto, uma floração mais significativa deve ser observada apenas a partir da segunda quinzena de agosto, uma vez que há previsão de mais chuvas. Em Rondônia e na Bahia, produtores também estão se preparando para a próxima safra. Em algumas regiões específicas desses estados, as primeiras flores já começaram a abrir. Na Bahia, colaboradores do Cepea também esperam maior abertura de flores a partir da segunda quinzena de agosto. Já em Rondônia, os eventos devem se intensificar em setembro, quando as precipitações costumam ser mais intensas. Quanto às negociações, apesar da finalização da colheita, grande parte dos vendedores permaneceu retraída em julho, à espera de maiores valorizações do grão e negociando apenas quando havia necessidade de caixa, o que sustentou os preços da variedade.
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