Em agosto, o Indicador do arroz em casca ESALQ-SENAR/RS recuou 4,39%, encerrando o mês a R$ 38,43/sc de 50 kg, patamar que não era observado desde maio/17. Especificamente em 30 de agosto, a cotação foi de R$ 38,38/sc, o menor valor diário desde 21 de setembro de 2015. A média mensal de agosto, de R$ 39,65/sc, está 1,4% menor que à de julho/17 e significativos 20% inferior à de setembro/16 (valores atualizados pelo IGP-DI de julho/17).
Ao longo de agosto, indústrias pressionaram as cotações do arroz em casca, com a justificativa de que os setores atacadista e varejista dos grandes centros consumidores também estavam ofertando menores valores para compras do fardo de arroz beneficiado. Além disso, com baixo interesse por novas aquisições, boa parte das indústrias deu preferência para os lotes de casca depositado em seus armazéns. Mesmo assim, alguns lotes de arroz “livre” (depositado nas propriedades rurais) foram efetivados, incluindo aqueles com pagamentos parcelados para os próximos meses – de 30 a 90 dias.
Do lado produtor, vários orizicultores estiveram ativos em agosto, disponibilizando seus lotes para “fazer caixa” e cumprir com os gastos de safra, seja de pagamento do pré-custeio da 2016/17 ou para atividades de preparo da terra da nova temporada (2017/18). Por outro lado, alguns colaboradores do Cepea estiveram fora de mercado, negociando outras commodities, como soja e gado.
INTERNACIONAL - Em agosto, todos os contratos futuros na Bolsa de Chicago (CME/CBOT) registraram alta. Entre 31 de julho e 31 de agosto, os vencimentos Set/17 e Nov/17 subiram 2,4% cada um, fechando a US$ 12,550/quintal e US$ 12,825/quintal (hundredweight) no dia 31 (um quintal equivale a 45,36 quilos). O contrato Jan/18 aumentou 2,8%, passando para US$ 13,070/quintal; e Mar/18, valorização de 3% (US$ 13,200/quintal). Segundo relatório do Rice Advocate nºs. 32 e 33 dos últimos quinze dias, os preços estão firmes, por causa da passagem do furacão Harvey por regiões como Louisiana e Texas – agentes aguardam dados dos impactos.
Segundo dados do USDA, divulgados no último dia 28 de agosto, 24% da safra 2017/18 foi colhida nos Estados Unidos, 3 pontos percentuais maior que a do mesmo período de 2016. Já na Tailândia, segundo dados do departamento norte-americano, apesar das chuvas de monções terem causado inundações em algumas áreas produtoras de arroz, se mantém a estimativa de aumento na produção da safra 2017/18 em 6%. Com isso, o preço de exportação do arroz tailandês recuou pela segunda semana consecutiva entre 1% e 2%, exceto para o arroz aromático.
No relatório do USDA, divulgado em 10 de agosto, a produção mundial 2016/17 foi revisada para cima, atingindo 483,9 milhões de toneladas, volume 2,5% maior que o da safra anterior.
Com o consumo mundial estimado em 480,3 milhões de toneladas, crescimento de 1,96% frente à safra 2015/16, segundo o USDA; o estoque mundial 2016/17 ficaria em 119,3 milhões de toneladas, aumento de 3%.
MATO GROSSO - O ritmo de comercialização esteve fraco ao longo de agosto em Mato Grosso. Produtores deram prioridade em negociar outras commodities, como milho, sorgo e algodão, em detrimento do arroz. Indústrias, por sua vez, demonstraram baixo interesse por novas compras de casca, devido à lentidão dos negócios de fardo com o setor atacadista e varejista dos grandes centros consumidores. Para o arroz de 50 a 57% grãos inteiros, o preço médio na região de Sinop oscilou entre R$ 41,00 e R$ 42,00/sc de 60 kg.
Estatísticas
Gráficos