Análise Mensal Arroz
Em julho, parte das indústrias esteve cautelosa quanto aos valores pagos na saca de arroz em casca. Ainda assim, vários negócios foram captados pelo Cepea no Rio Grande do Sul, tanto de arroz depositado como de “livre (armazenado nas propriedades rurais). Orizicultores, por sua vez, estiveram ativos no spot, buscando “fazer caixa” para cumprir com os compromissos da safra 2016/17 e com as atividades de preparado da terra da próxima temporada.
De maneira geral, em meados de julho, nos períodos de maior liquidez do casca, indústrias do Rio Grande do Sul e de outros estados, como de Goiás, por exemplo, estiveram ativas no spot, cenário que sustentou as cotações nestes momentos. Entretanto, a “queda de braço” com o setor atacadista e varejista dos grandes centros e a concorrência com o arroz importado fizeram com que algumas voltassem a negociar apenas o produto depositado em seus armazéns. Em julho, a média do Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros foi de R$ 40,23/sc – a maior desde março/17 –, 1,2% maior que a de junho/17 e expressivos 19,4% abaixo da de julho/16 (valores atualizados pelo IGP-DI de junho/17). No acumulado do mês, o Indicador registrou queda de 0,73%, fechando a R$ 40,19/sc de 50 kg no dia 31.
Segundo relatório de julho/17 da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), para a safra 2017/18, a colheita poderá chegar a 503,6 milhões de toneladas de arroz beneficiado (758,8 milhões de toneladas em eq. casca), 0,7% maior que a da temporada anterior. Na Ásia, as condições favoráveis elevaram a produção na Índia, Indonésia e Tailândia. Na América do Sul é esperado aumento para o Brasil e Uruguai, de 16% e 7,7%, respectivamente. Enquanto no Hemisfério Norte os países estão semeando a safra 2017/18, os países ao sul e ao longo do Equador finalizaram a colheita da primeira safra 2016/17.
INTERNACIONAL - Na comercialização mundial, ainda segundo a FAO, o volume poderá chegar a 44,5 milhões de toneladas, aumento de 0,7% frente à safra 2016/17. O crescimento da importação mundial se deve à demanda dos países asiáticos como Bangladesh, Filipinas, Sri Lanka, República Islâmica do Irã, Iraque, Malásia, Arábia Saudita e, também, o Japão. Na exportação mundial, o avanço será suprido pela Tailândia, Vietnã e Índia. O estoque está previsto em 170,8 milhões de toneladas, alta de 0,5% no mesmo período.
Neste cenário, o consumo global está estimado em 505,8 milhões de toneladas, 1,1% maior que o da temporada 2016/17, segundo a FAO. A expansão do consumo foi puxada pela demanda de arroz para alimentação humana, em 1,4%, indo para 408,4 milhões de toneladas no total ou 54,3 kg/per capita. Já para usos de indústrias e não alimentares, houve redução de 0,1% (de 79,5 milhões de toneladas); e para alimentação animal, queda de 0,6% (de 17,9 milhões de toneladas).
MATO GROSSO - Em julho, a comercialização de arroz em casca em Mato Grosso esteve enfraquecida, se comparado ao ritmo de junho/17. Produtores priorizaram a colheita de milho e estiveram menos presentes para novas vendas do arroz em casca. Apenas aqueles orizicultores com necessidade de “fazer caixa” estiveram ativos. Com isso, indústrias consultadas pelo Cepea trabalharam com arroz depositado em seus armazéns ou ofertaram valores ligeiramente maiores para adquirir alguns lotes. Para o arroz entre 55% a 57% de grãos inteiros, o preço médio esteve em torno de R$ 40,00/sc 60 kg posto região de Sinop.
De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o estado de Mato Grosso colheu volume 20,9% maior na safra 2016/17, atingindo os 530 mil toneladas, frente à anterior - sendo o quarto maior produtor nacional, depois do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins. O aumento na produção do estado mato-grossense foi resultado da expansão na área semeada (5%) e da produtividade média (15,1%).
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