Em julho, o clima seco no estado de São Paulo favoreceu a colheita da cana e, consequentemente, à produção de açúcar nas usinas, que seguiu em ritmo acelerado. Além do aumento da oferta, as baixas no mercado internacional do demerara foram determinantes para as cotações internas. O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou baixa de 9,56% em julho, fechando a R$58,48/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal foi de R$ 61,18/saca de 50 kg, 15,32% inferior à de junho (R$72,25/saca de 50 kg) e 16,62% abaixo da média de julho/16 (R$86,65/saca de 50 kg), em termos nominais.
O Indicador de Açúcar Cristal ESALQ/BVMF – Santos também acumulou baixa de 5,94% em julho, fechando a R$59,40/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal foi de R$61,38/saca de 50 kg, 13,34% inferior à de junho/17 (R$ 70,82/saca de 50 kg) e 17,29% abaixo da média de julho/16 (R$ 85,63/saca de 50 kg), em termos nominais. Segundo a Unica, na primeira quinzena de julho/17, a produção de açúcar em São Paulo foi 9,01% maior que a do mesmo período do ano passado, totalizando 2,090 milhões de toneladas. No acumulado da safra (de abril até 16 de julho/17), a produção paulista de açúcar somou 9,713 milhões de toneladas, 2,80% superior a do mesmo período da safra anterior. O mix de produção em São Paulo continua maior para o açúcar, com representatividade de 54,78% do total da cana-de-açúcar moída no acumulado da safra 2017/18.
Em relação ao mercado nordestino, os preços seguiram em queda, mesmo com a oferta restrita. Alguns compradores continuaram adquirindo o açúcar da região Centro-Sul, especialmente de Goiás, por causa dos valores mais atrativos. Devido à proximidade da nova safra (a partir de setembro para a maioria das unidades produtoras), algumas usinas venderam o produto a valores mais baixos, para “desovar” seus estoques. Em julho, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 76,54/sc, queda de 2,5% em comparação com junho/17 e de 21,6% sobre julho/16, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 78,36/sc de 50 kg, recuos nominais de 4,7% e 20%, respectivamente. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 62,28/sc, baixas de 3,4% e de 19,3% nos mesmos comparativos. Em março/16, este Indicador passou a ser divulgado sem ICMS (até fevereiro/16, incluía valores com 12% ou 18% de ICMS, dependendo do destino do açúcar), a pedido do Sindálcool - PB.
Quanto ao mercado internacional do demerara, observou-se que em julho/16, o primeiro vencimento dos futuros negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures) estava entre 19 e 20 centavos de dólar por libra-peso. Já no mês corrente (julho/17) as cotações variaram de 13 a 14 centavos de dólar por libra-peso. Estas baixas nos preços internacionais do adoçante se deram, principalmente, pela confirmação do aumento da taxa de importação de açúcar na Índia, passando de 40% para 50%. Além disso, o mercado continuou pressionado pela expectativa de superávit global de açúcar na próxima temporada 2017/18, com a recuperação na produção de players importantes, como China, Índia, Tailândia e União Europeia. Porém, houve dias no mês em que a tendência baixista foi revertida, em resposta ao aumento no preço do barril de petróleo. No final de julho, esta elevação resultou de mudanças acordadas em reunião dos países exportadores de petróleo em São Petersburgo, na Rússia, buscando reduzir o excesso de oferta global da commodity. A Arábia Saudita concordou em reduzir suas exportações de petróleo e a Nigéria anunciou um corte na produção.
Cálculos do Cepea indicaram que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 11,60% a mais que as externas em julho. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Outubro/17 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 70,00/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 62,67/tonelada.
Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 2,18 milhões de toneladas em julho/17, volume 17,1% menor que o de junho/17 (2,63 milhões de toneladas) e 11% inferior ao de julho/16 (2,45 milhões de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas 476,7 mil toneladas, volume 5,2% superior ao de junho/17 (453,3 mil toneladas) e 3,8 % maior que o de julho/16 (459,1 mil toneladas). O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.234,4/t em julho/17, baixa de 7,9 % em relação a junho/17 (R$1.340,80/t), e alta de 7% em comparação com julho/16 (R$1.153,9 /t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.326,2/t, respectivas quedas de 9,3% em relação a junho/17 (R$1.462,6/t), e de 6,9 % em comparação com julho/16 (R$1.424,6/t), em termos nominais. A receita com a exportação de açúcar foi de R$3,33 bilhões em julho/17, respectivos recuos de 20,7% frente a junho/17 (R$4,20 bilhões), e de 4,3% em relação a julho/16 (R$3,48 bilhões), em termos nominais.
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