Com a produção da safra 2017/18 a todo vapor, o preço da saca de 50 kg do açúcar cristal seguiu em queda no mercado spot do estado de São Paulo em junho. A maior oferta de açúcar, atrelada ao recuo de compradores, têm sido os principais motivos para os recuos internos.
O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) registrou baixa de 16,79% em junho, fechando a R$ 64,66/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 72,25/saca de 50 kg, 6,12% inferior à de maio (R$ 76,96/saca de 50 kg) e 13,92% abaixo da média de junho/16 (R$ 83,94/saca de 50 kg), em termos nominais. Quanto ao Indicador de Açúcar Cristal ESALQ/BVMF – Santos, em junho, a baixa foi de 15,74%, fechando a R$ 63,15/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal deste indicador foi de R$ 70,82/saca de 50 kg, 5,91% inferior à de maio/17 (R$ 75,27/saca de 50 kg) e 15,19% menor que a média de junho/16 (R$ 83,51/saca de 50 kg), em termos nominais.
Na primeira quinzena de junho/17, a Unica divulgou relatório de acompanhamento da safra 2017/18, indicando que a produção de açúcar no estado de São Paulo esteve quase 2,5 vezes acima da registrada na mesma quinzena da temporada passada, totalizando 1,665 milhão de toneladas.
Quanto ao mercado nordestino de açúcar, apesar dos estoques reduzidos do adoçante devido ao período de entressafra, os preços continuaram em queda, influenciados também pela queda nos preços do Centro-Sul do País. Neste cenário de baixa, compradores mantiveram-se retraídos.
Em junho, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 78,50/sc, queda de 1,92% em comparação com maio e de 16,50% sobre junho/16, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 82,22/sc de 50 kg, respectivos recuos nominais de 2,85% e de 13,69%. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 64,49/sc, baixas de 1,42% e de 15,12% nos mesmos comparativos, também em termos nominais. Em março/16, este Indicador passou a ser divulgado sem ICMS (até fevereiro/16, incluía valores com 12% ou 18% de ICMS, dependendo do destino do açúcar), a pedido do Sindálcool - PB.
No mercado internacional, os preços do açúcar demerara recuaram com força em junho, devido a uma série de fatores. Quanto à próxima temporada mundial 2017/18, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) prevê recuperação na produção de açúcar na China, Índia e Tailândia, devido ao clima mais favorável. O USDA estima, ainda, que a União Europeia deve aumentar sua produção com o fim do sistema do sistema de cotas. Além disso, a Sucden (Groupe Sucre et Denrées) elevou em cerca de 500.000 toneladas a projeção da produção do açúcar na temporada 2017/18 frente à anterior, para 3,5 milhões de toneladas.
No curto prazo, as recentes desvalorizações do petróleo pressionaram as cotações do açúcar – o aumento na produção da commodity pelos Estados Unidos frustrou as tentativas da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em aumentar os preços. Caso esse movimento nos preços internacionais do petróleo continue sendo internalizado pela Petrobrás, a gasolina ficará mais barata, diminuindo a competitividade do etanol e estimulando as usinas a direcionarem mais cana para a produção de açúcar. Isso pode resultar em aumento na oferta mundial do adoçante.
Cálculos do Cepea indicaram que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 27,58% a mais que as externas em junho. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Julho/17 do contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 81,15/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 59,91/tonelada.
Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 2,63 milhões de toneladas em junho/17, volume 33% maior que o de maio/17 (1,98 milhão de toneladas) e 13% superior ao de junho/16 (2,32 milhões de toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram embarcadas 453,3 mil toneladas, volume 0,3% superior ao de maio/17 (452 mil toneladas) e 25,4% maior que o de junho/16 (361,6 mil toneladas).
O preço médio do açúcar bruto exportado foi de R$ 1.340,80/t em junho/17, respectivas altas de 0,7% em relação a maio/17 (R$ 1.330,9 0/t) e de 18,8% em comparação com junho/16 (R$ 1.128,20/t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.462,60/t, queda de 2,8% em relação a maio/17 (R$ 1.505,20/t, mas aumento de 8,3% em comparação com junho/16 (R$ 1.350,60/t), em termos nominais. A receita com a exportação de açúcar foi de R$ 4,20 bilhões em junho/17, respectivos aumentos de 26% frente a maio/17 (R$ 3,33 bilhões) e de 35% em relação a junho/16 (R$ 3,11 bilhões), em termos nominais.
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